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Eleições nos EUA: Trump e aliados incitam protestos a partir da desinformação sobre fraude

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Os norte-americanos foram às urnas, no último dia 8,  escolher os próximos representantes do legislativo dos Estados Unidos. Nas primeiras eleições após a invasão do Capitólio, o ex-presidente Donald Trump e candidatos do Partido Republicano tentaram dar continuidade à narrativa do “Stop the Steal”, levantando nas redes sociais, novamente, alegações falsas de fraude e incitando protestos. 

Ao menos cinco narrativas infundadas foram criadas no dia das eleições de meio mandato, segundo a CNN. Em uma delas,  Trump foi a sua rede social, Truth Social, alegar fraude eleitoral em massa. Sem provas, o ex-presidente escreveu: “Sem provas, o ex-presidente escreveu: “Está acontecendo a mesma fraude eleitoral que aconteceu em 2020???”.

Para pôr em xeque a conduta do pleito, ele utilizou dificuldades técnicas identificadas em alguns estados como argumento. Nenhum desses problemas, porém, envolveram má conduta ou adulteração.

Um problema com a base de dados dos eleitores em Michigan, por exemplo, serviu de pretexto para Trump afirmar falsamente que havia erros em cédulas de abstenção, fazendo com que pessoas não conseguissem votar no estado. “Proteste, proteste, proteste!”, incitou o ex-presidente. Conforme esclarecido pelas autoridades estaduais, o erro identificado não impediu os cidadãos de votarem.

Mesmo com a elucidação, a candidata do Partido Republicano à secretaria de Estado de Michigan, Kristina Karamo, também foi ao seu perfil no Twitter afirmar que estava ocorrendo “fraude” e um “crime” no seu estado.

As tentativas de questionar a integridade eleitoral norte-americana levantadas por Trump e seus aliados republicanos não são novas. A estratégia, fundamentada em falsas informações ou teorias da conspiração, embasaram o movimento Stop the Steal (Pare o roubo, em português), que questionou a vitória de Joe Biden em 2020 e pavimentou a invasão ao Capitólio, em janeiro de 2021.

As ações, inclusive, servem de base para movimentações parecidas no Brasil. Por aqui, este ano, o presidente Bolsonaro (PL), aliado de Donald Trump, questionou diversas vezes os procedimentos eleitorais durante a campanha, ganhando repercussão entre o eleitorado de extrema-direita nas redes sociais. Após a derrota, Bolsonaro também manteve dúvidas sobre o sistema eleitoral, sem admitir a vitória do candidato de Lula (PT).

Além disso, como nos EUA, os atos antidemocráticos brasileiros, que se desenrolam desde a noite do dia 30 de outubro, não reconhecem os resultados das votações, orientados por teorias da conspiração e desinformação.

Câmara terá representantes negacionistas

De acordo com o jornal The New York Times, até esta quarta-feira (9), 210 candidatos republicanos que negaram ou questionaram o processo eleitoral norte-americano conseguiram se eleger para a Câmara. Mais de 30 deles negaram abertamente a vitória de Joe Biden para a presidência em 2020.

Como já explicado pelo *desinformante, a entrada desses políticos negacionistas na casa legislativa norte-americana terá impacto nas próximas eleições, pois serão eles os responsáveis por monitorar o pleito eleitoral de 2024, quando o próprio Trump, possivelmente, concorrerá como candidato.

Desinformação e teorias da conspiração no Twitter

Pesquisadores do Institute for Business in the Global Context identificaram as principais temáticas que marcaram a campanha das eleições de meio mandato no Twitter. Entre julho a outubro, tópicos como guerra civil, fraude, policiamento eleitoral e pedofilia ganharam destaque nas mensagens postadas na rede social.

Como aponta o relatório, disponível em inglês aqui, as conversas giraram em torno dos tópicos com forte teor crítico até a compra da rede social pelo empresário Elon Musk, no dia 27 de outubro. A partir daí, os pesquisadores identificaram um aumento de contas com teor extremista e produtoras de conteúdos tóxicos.

O estudo mostra que após o dia 28 de outubro, a conversa se deteriorou rapidamente, com usuários afirmando claramente que estavam testando o novo Twitter. “Muitos desses tweets eram descaradamente homofóbicos, tentando vincular a educação em torno de pessoas trans ao aliciamento, ou alegando que ‘shows de drag para toda a família’ ‘normalizam a pedofilia’”, aponta o relatório.

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