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jul 18, 2023 | destaques, geral, notícias

Conteúdo jornalístico deixa Google mais atrativo, aponta pesquisa suíça

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O Google é mais atrativo, valioso e confiável quando apresenta conteúdo jornalístico nas suas buscas. Essa é uma das conclusões do estudo “O valor do conteúdo jornalístico para o mecanismo de busca Google na Suíça”, encomendado pela associação de editores daquele país e realizado pela FehrAdvice & Partners AG.

Para chegar a esse e a outros resultados, o grupo de pesquisadores entrevistou 1.573 pessoas no fim de janeiro de 2023 que tiveram experiências diferentes. Metade da amostra acessou o Google com notícias e a outra metade utilizou uma versão do Google sem resultados de pesquisa baseados em conteúdo jornalístico, ou seja, sem trechos de jornais online, manchetes de meios de comunicação, links para sites de mídia ou similares.

O grupo que navegou pelo Google com notícias se mostrou mais satisfeito com os resultados que o segundo grupo. Além disso, aponta o estudo, 73% dos entrevistados que viram notícias disseram que conseguiram responder o questionamento que fizeram na busca. Esse número cai para 67% quando a pergunta é direcionada para os entrevistados que acessaram o Google sem conteúdo jornalístico.

A atratividade da ferramenta de busca também foi analisada a partir de critérios como qualidade, confiança, independência e atualidade. Em todos esses pontos, o Google se mostrou mais interessante na sua versão com notícias e 70% da amostra disse preferir utilizar a plataforma com o conteúdo noticioso sendo considerado. Além disso, a disposição a pagar por uma versão do Google com notícias é 16% maior do que pela outra versão.

Atrativos com e sem conteúdo jornalístico / Dados pesquisa “The value of journalistic content for the Google search engine in Switzerland”

De acordo com a pesquisa, os mecanismos de busca, como o Google, são as ferramentas mais utilizadas para procurar por informações na Suíça. O estudo também identificou que há uma predominância do chamado “zero-click search”, “pesquisa sem clique” em português, em que o usuário não acessa nenhum site apresentado. Do grupo analisado, 53% permaneceu no Google após ver os resultados de sua busca, ou seja, ou saiu da pesquisa sem clicar em nenhum link ou acessou algum outro produto Google, como o Google Imagens.

No entanto, os usuários tendem a sair do Google caso a ferramenta não consiga responder satisfatoriamente a sua pergunta. Os resultados do estudo mostram que após ver uma versão do Google sem notícias, 8% das pessoas não voltariam a usar. “A partir desses dados, percebe-se que há um efeito imediato no comportamento e uma proporção das pessoas muda seu comportamento de pesquisa imediatamente e migra assim que vê uma página de resultados de pesquisa do Google sem conteúdo jornalístico”, concluiu o relatório.

Em meio às iniciativas sobre a remuneração do conteúdo jornalístico em todo o mundo, essa pesquisa apresenta dados novos para o debate. Resistente ao pagamento para veículos de comunicação, o Google argumenta, de acordo com relatório do Comitê Gestor da Internet, que não lucra com a publicação de notícias, já que a procura por notícias representaria apenas 2% do total de buscas.

“Além de argumentar que não ganham dinheiro com a publicação de notícias, as plataformas também informam que enviam tráfego gratuitamente para as páginas das empresas jornalísticas, as quais já são remuneradas via sistema de publicidade digital”, destaca a pesquisa do CGI.

Tal argumento do Google vai de encontro aos resultados apontados pela pesquisa suíça. O estudo concluiu que “a mídia fornece o conteúdo que melhora positivamente a experiência de uso do Google, mas na maioria dos usos, isso não tem ganho no sentido comercial”.

Para analisar como as empresas jornalísticas poderiam ser compensadas por esse desequilíbrio, os pesquisadores calculam que o Google fatura anualmente 385 milhões de francos suíços no país com anúncios por meio do conteúdo de mídia. Desse valor, 154 milhões por ano deveriam ser destinados à imprensa suíça, considerando a proporção 40/60.

Brasil

No Brasil, o debate sobre a remuneração do conteúdo jornalístico foi incluído no projeto de lei 2630/2020, que trata da regulação das plataformas digitais no país, e depois migrado para o projeto de lei 2370/2019, que atualiza a lei de direitos autorais. As plataformas digitais, como Google e Meta, se colocam contra a proposta e fazem campanhas incisivas em desfavor da remuneração, assim como ocorreu na Austrália e acontece agora no Canadá.

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