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TSE faz parceria com líderes religiosos; Malafaia ataca e pede boicote

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O Tribunal Superior Eleitoral (TSE) firmou, nesta segunda-feira (6), parceria com lideranças religiosas a fim de estimular ações de paz e tolerância para as eleições gerais que vão ocorrer em outubro. O evento, que aconteceu na sede da justiça eleitoral em Brasília, contou com a participação representantes de pelo menos sete diferentes religiões, além do presidente do TSE, ministro Edson Fachin, do procurador-geral eleitoral Augusto Aras e outros ministros e desembargadores. 

Para Magali Cunha, pesquisadora de comunicação e religião e editora do coletivo Bereia, essa aproximação é importante. “Essa parceria tem um peso muito grande porque são as pessoas que influenciam, modelam opiniões”, aponta. “As lideranças têm um papel na propagação e, da mesma forma, no combate à desinformação porque essa palavra tem um peso simbólico muito significativo nos espaços religiosos”, destaca Cunha.

No entanto, Cunha alertou para os setores religiosos que não quiseram se comprometer.  “É importante sabermos quem também foi convidado e não quis assinar o termo para que possamos monitorar o comportamento diante dos processos de informação que envolvem as eleições”, pontuou. Horas antes da assinatura do termo, o pastor Silas Malafaia publicou um vídeo nas redes sociais rechaçando o acordo e atacando o presidente do TSE.

Os acordos firmados buscam “preservar a normalidade e o caráter pacífico do pleito de outubro”  a partir de atividades e projetos que serão desenvolvidos. Segundo o texto do assinado, as entidades declaram a intenção de promover ações em sermões e homilias, debates, ações públicas, publicações ou por qualquer outro meio ações de conscientização relacionadas com a tolerância política, a legitimação do pensamento divergente e consequente exclusão da violência como aspectos indispensáveis à preservação da paz social.

“Permito-me observar que democracia, ordem jurídica e religião partilham, para além do caráter necessário e vital, o fato de que pressupõem, em conexão com a busca incessante por justiça, a  consolidação  de  um  estado  firme e indeclinável de aceitação e respeito. ”, enfatizou Fachin no início do evento ao destacar a importância da parceria.

Durante as falas, as lideranças religiosas deixaram claro o compromisso estabelecido. “Combater o discurso do ódio, as fake news, a discriminação tem que ser um mandamento. Não é possível no Brasil de hoje ter tanta agressão de todos os lados contra autoridades, candidatos, contra o cidadão de bem, é por isso que o TSE tem que combater essa intolerância não só nas eleições, mas em toda a vida cotidiana”, afirmou Daniel Bialski, presidente da Confederação Israelita do Brasil.

O momento também foi utilizado para reivindicar respeito e tolerância religiosa. “A assinatura do termo é um gesto de seriedade do TSE que dá uma resposta aos intolerantes e pavimenta com verdade o caminho da democracia em tempos de eleição”, disse Mãe Nilce Iy-a Egbé, coordenadora da Rede Nacional de Religiões Afro-Brasileiras e Saúde, que pediu respeito às religiões de matriz africana, alvos frequentes de ataques. 

Assinaram o acordo representantes das entidades: Instituto Orí, Rede Nacional de Religiões Afro-brasileiras e Saúde, Templo Shin Budista Terra Pura, Organização Não Governamental (ONG) EducAfro, Confederação Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), Associação Jurídico-Espírita do Brasil (AjeBrasil), Associação Nacional de Juristas Evangélicos (Anajure), Associação Nacional de Entidades Adventistas do Sétimo Dia (Aneasd), ONG Visão Mundial, Confederação Israelita do Brasil (Conib), Associação Nacional de Juristas Islâmicos (Anaji) e Tribunal Regional Federal da 2ª Região.

 

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