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jul 20, 2023 | destaques, geral, notícias

TikTok expande acesso à API e disponibiliza biblioteca de anúncios, mas só na Europa

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O TikTok anunciou nesta quinta-feira (20) novas ferramentas para aumentar a transparência de seus dados para pesquisadores na Europa. A abertura da sua API e a criação de uma biblioteca de anúncios antecipam obrigações impostas pela Lei de Serviços Digitais da União Europeia que a plataforma terá que cumprir a partir do ano que vem.

Em fevereiro, o TikTok foi enquadrado como um VLOP, ou seja, uma ‘plataforma muito grande’, com mais de 45 milhões de usuários na UE. Assim, a empresa terá mais obrigações dentro do DSA, como oferecer um banco de dados pesquisável de anúncios com informações, incluindo quem pagou pelo anúncio, os principais parâmetros de segmentação e dados sobre visualizações, além de dar acesso a dados para pesquisadores habilitados pela legislação.

A API já tinha sido disponibilizada nos Estados Unidos no início deste ano, onde, de acordo com o TikTok, mais de 60 acadêmicos já haviam se inscrito para analisar dados em relação a temas como tendências de consumo, desinformação e saúde mental. “À medida que expandimos o acesso, também estamos implementando melhorias em nossa API de pesquisa com base no feedback que ouvimos da comunidade”, destacou o comunicado. 

Nas próximas semanas, anunciou a empresa, pesquisadores europeus também poderão solicitar esse acesso, inclusive em grupo com o Lab Access, também divulgado nesta quinta. No Lab, até 10 pesquisadores poderão trabalhar juntos em um projeto de pesquisa compartilhado. “Todos os pesquisadores precisarão ter sua própria conta TikTok for Developers e estar localizados nos EUA ou na Europa para acessar nossa API de pesquisa”, explicou o TikTok. 

Já a biblioteca de anúncios pode ser consultada em todo o mundo, mas só registra publicidade europeia. A ferramenta inclui informações sobre anúncios pagos e seus metadados, como o criativo do anúncio, datas em que o anúncio foi exibido, principais parâmetros usados para segmentação (por exemplo, idade, sexo) e número de pessoas que receberam o anúncio. A empresa também anunciou que disponibilizará uma API de conteúdo comercial.

E o resto do mundo?

A empresa disse em seu comunicado que planeja expandir a biblioteca com dados de outros países, mas não deu previsão de quando seria essa expansão. Também não foram divulgados planos para a abertura da API em outros continentes. 

No Brasil, o projeto de lei 2630/2020 que está em tramitação no Congresso Nacional possui um dispositivo que prevê a transparência dos dados para pesquisadores. No fim de junho, pesquisadores brasileiros se reuniram com o relator do projeto, deputado Orlando Silva, para alertá-lo sobre a necessidade de incluir no texto disposições similares à da União Europeia.

Na oportunidade, o *desinformante conversou com o professor e pesquisador da Universidade de São Paulo, Pablo Ortellado, que destacou que a falta de um dispositivo equivalente no Brasil traz preocupações para os pesquisadores que temem o atraso e defasagem nas pesquisas no país.

“Com a criação desse mecanismo legal de solicitação de dados no continente europeu, a pesquisa científica na UE vai prosperar e nós na América Latina vamos ficar para trás porque não apenas a gente não vai ter os dados que eles têm, como os próprios dados atuais que a gente têm tendem a desaparecer com o fechamento das APIs. É uma situação muito preocupante para a ciência brasileira”, manifestou Ortellado.

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