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Liz Nóbrega

jul 21, 2022 | destaques, notícias

Sociedade civil discute estratégias para enfrentamento à desinformação

Liz Nóbrega
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Com o intuito de debater caminhos para conter a desinformação eleitoral no país, a Artigo 19 (organização não-governamental de direitos humanos), em parceria com o International Republican Institute e National Endowment for Democracy, realizou o seminário “Enfrentando a desinformação sobre processos eleitorais no Brasil: mapeando possibilidades e estratégias para a defesa da democracia”. O evento aconteceu nesta quarta-feira (20) e contou com a participação de atores da sociedade civil e de plataformas digitais.

Na mesa “Desinformação, campanhas eleitorais e agentes políticos: respostas imediatas e urgentes por parte das empresas, sociedade e poder público”, o representante do Tribunal Superior Eleitoral, Thiago Rondon, destacou os acordos firmados com organizações jornalísticas e da sociedade civil, por meio do Programa de Enfrentamento à Desinformação. Também firmaram este acordo 11 plataformas digitais, como Facebook, YouTube, TikTok, entre outras.

“É necessário que a gente atue em rede, que a gente busque desenvolver ações em conjunto e acredito que um esforço que a gente precisa realizar é buscar fortalecer o ecossistema com atores relevantes brasileiros”, aponta Rondon.

Ainda na primeira mesa, Priscila Couto, gerente de políticas públicas da Meta, apresentou as ações adotadas pelas plataformas do grupo para remover e reduzir o alcance de informações falsas. Foram apresentadas iniciativas do Facebook e Instagram para fornecer informações confiáveis sobre o processo eleitoral brasileiro. Daniele Kleiner, gerente do Twitter, também destacou as ações da rede para mitigar os efeitos da desinformação, como o anúncio das novidades implementadas para as eleições de 2022.

“Tem uma tensão interessante entre querer que as plataformas tomem uma postura mais agressiva no combate às fake news e a precisão possível dessas ferramentas”, pontuou Katie Harbath, representante do International Republican Institute. Heloísa Massaro, diretora do InternetLab, compartilha a mesma preocupação: “quando a gente está pensando em moderação de conteúdo, esse é um dos dilemas mais difíceis, essa equação entre a demanda para remover mais, o risco para que se remova para além do que é legítimo e a dificuldade de lidar com a escala de conteúdo que essas plataformas globais têm”.

Além das políticas de moderação de conteúdo e ferramentas das plataformas para contribuir com o debate saudável, a mesa debateu a iminência das eleições e quais são os mecanismos para a atuação em possíveis momentos de crise e de riscos à democracia.

A partir de outros pontos de vista, Brisa Lima (assessora jurídica do Instituto Marielle Franco-IMF), Humberto Ribeiro (diretor jurídico e de pesquisas do Sleeping Giants Brasil) e Jefferson Barbosa (diretor executivo da PerifaConnection) abordaram possíveis narrativas comunitárias e metodologias para combater a desinformação. A conversa teve o intuito de incluir questões da diversidade de públicos-alvo, linguagens e territórios nos caminhos levantados.

Para Barbosa, a comunicação deve ser ampla e a linguagem plural, sendo necessário que as pessoas se “consigam se ver” nos debates que são postos. A assessora jurídica do IMF também pontuou esse diálogo e destacou que a questão racial deve estar no centro do debate quando se fala sobre desinformação, principalmente porque se busca com narrativas desinformativas deslegitimar legados: “é uma segunda morte. Além de matar o corpo, querem matar o espírito, matar o legado”, destaca lembrando de Marielle Franco.

Já Ribeiro, do Sleeping Giants Brasil, também colocou a necessidade de adaptar a linguagem para combater a desinformação e explicou como a desmonetização pode ser um caminho interessante para desacelerar a produção de informações falsas. “A motivação financeira torna a atividade lucrativa e industrial”, pontua o diretor, “esse tipo de conduta não deveria ser passível de monetização”, conclui.

Esses debates permitem buscar soluções para minimizar o problema das fake news, principalmente em período eleitoral, onde elas tendem a aparecer com maior frequência. O *desinformante traz aqui uma lista de saídas possíveis para o problema da desinformação.

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