#Panorama 2024
O Panorama é nossa série de entrevistas especiais para fechar um ano e abrir outro. São conversas com pesquisadores, jornalistas, ativistas para a construção de um panorama do problema da desinformação a partir de olhares de diversas áreas e experiências.
Realizamos a primeira edição em 2021 quando o *desinformante entrou no ar, agregando gente para pensar juntos os cenários e saídas para a desinformação. Com as eleições presidenciais de 2022 tivemos farto material para fazer o balanço do ano e esboçar perspectivas. Vamos para a terceira edição do Panorama este ano, com a expectativa de boas e inspiradoras conversas.
São necessárias políticas públicas que ordenem o uso dos dados brasileiros e tragam vantagens para o país, não simplesmente coloque esses dados disponíveis para empresas ou governos do exterior.
Virgilio Almeida
Professor emérito do Departamento de Ciência da Computação da UFMG
Uma coisa que a gente tem discutido muito aqui no data_labe é esse novo modelo de colonialidade, onde estão explorando cada vez mais as nossas informações, as nossas vidas, os nossos dados, para políticas que não estão garantindo os nossos direitos.
Gilberto Vieira
Co-fundador do DataLabe
Na Europa, a Comissão Europeia está fazendo as vezes de uma entidade reguladora. A gente não tem na América Latina, ou nas Américas uma articulação política que nos permita ir em bloco e pedir uma regulação para as plataformas, desenvolver um marco regulatório em nível regional.
Iná Jost
Coordenadora de Pesquisa do InternetLab
Eu falo que a Inteligência Artificial é como se fosse uma caixinha de criação de multiversos, de realidades paralelas, porque você consegue criar tanto narrativas que são super coerentes, mas também imagens, vídeos, então a gente entra numa fase da desinformação ultrarrealista, da desinformação em alta resolução
Diogo Cortiz
Professor na PUC-SP e pesquisador no NIC.br
O grande desafio hoje no enfrentamento à violência contra jornalistas no ambiente online são as campanhas coordenadas de ataque. As plataformas precisam dar retornos mais céleres (…) para tratar desse tema e um olhar específico para contas autoidentificadas de jornalistas.
Bia Barbosa
Coordenadora de incidência do escritório da Repórteres Sem Fronteiras (RSF) na América Latina
Talvez uma coisa que a gente precise fazer é combinar todos esses diferentes tipos de violência [ contra a mulher ] que já vêm sendo investigados, e de alguma maneira combatidos, e colocar tudo junto. Entender que são expressão de uma mesma coisa e que talvez não possam ser adequadamente combatidos de maneira isolada.
Luiza Santos
Coordenadora do GP de Tecnologias e Culturas Digitais da Intercom
Para além do discurso sobre a necessidade de maior diversidade dentro da estrutura do sistema de Justiça, há a maneira como a prática política é orientada no nosso país, onde é muito fácil jogar essa agenda para escanteio porque ela parece sempre ser menos importante.
Ligia Batista
Diretora Executiva do Instituto Marielle Franco
Se você usar por acaso uma Inteligência Artificial em algum conteúdo e não for claro em relação a isso, não fizer disclaimers, não deixar claro para o leitor, você corre o risco disso ter um efeito na sua credibilidade também
Sérgio Spagnuolo
Editor do Núcleo Jornalismo
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