Acompanhe aqui os principais casos de uso de Inteligência Artificial nas eleições brasileiras de 2024 | Conteúdo especial
O Observatório IA nas Eleições tem o objetivo de mapear e registrar casos de uso de IA generativa durante as eleições brasileiras de 2024, quando mais de 5 mil municípios brasileiros realizarão votações para prefeito e vereador. Esta é uma iniciativa realizada pelo Data Privacy Brasil, por meio do projeto IA com Direitos, em parceria com o Aláfia Lab e desinformante. A seguir você fica sabendo sobre a metodologia que adotamos para selecionar os casos e poderá visualizar o resultado numa linha do tempo com mais detalhes.
Metodologia de pesquisa
O que é o observatório?
O Observatório é um repositório online de casos de uso de Inteligência Artificial generativa nas eleições brasileiras de 2024. A iniciativa busca identificar e registrar possíveis casos de violação das resoluções do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) no que diz respeito às manipulações de informação com IA generativa compartilhadas durante a campanha política nas principais plataformas digitais. O projeto é realizado pelo Data Privacy Brasil em parceria com o Aláfia Lab e *desinformante.
O que será mapeado?
- Utilizando como referência as resoluções do TSE, daremos prioridade para casos envolvendo candidatos, partidos políticos e coligações;
- Também levaremos em consideração conteúdos sintéticos produzidos pelo público em geral que ganharam alto engajamento nas redes ou que possuem potencial desinformativo significativo;
Em relação aos casos, serão mapeados:
- Usos diversos de IA generativa para produção de conteúdos em diferentes mídias (texto, imagem, áudio e vídeo) sem a devida sinalização por parte do candidato;
- Conteúdos sintéticos, como deepfakes, que contenham:
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- Síntese de rostos de políticos e eleitores;
- Troca de rostos;
- Dublagem
- Políticos ou figuras públicas já falecidas;
- Deepnudes;
- Manipulação de atributos faciais;
- Áudios falsos.
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- Também vamos considerar possíveis criações de chatbots de candidatos e outros casos que podem surgir ao longo da campanha eleitoral.
- Casos que tiverem indícios de uso de IA, mesmo que não seja possível confirmar o uso da tecnologia, serão considerados pelo mapeamento, sendo devidamente identificados quando isso acontecer.
Linha do tempo
Local da eleição: Fortaleza (CE) | Data: 19/10 | Plataforma: WhatsApp | Mídia: Áudio
O candidato à prefeitura de Fortaleza, André Fernandes (PL), afirma que foi vítima de uma deepfake através de um áudio que circula em grupos de WhatsApp. Na peça, que segundo o candidato foi gerado por Inteligência Artificial (IA), uma voz que parece ser do candidato diz estar com medo de ter sido ultrapassado pelo candidato do PT, Evandro Leitão. No fim do áudio, a voz diz que até domingo (27), data marcada para o segundo turno, “é pra derramar dinheiro na mão de pastor, líder comunitário”. Em uma postagem nas redes sociais, Fernandes chama o áudio de ato criminoso e diz já ter feito denúncias para a Polícia Federal. Ele afirma, ainda, que o material supostamente manipulado teria começado a circular através de um grupo oficialmente vinculado à campanha do adversário petista.
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Local da eleição: Vários | Plataformas: Facebook | Midia: áudio
A presença da Inteligência Artificial (IA) acabou criando uma nova tendência entre candidatos durante a campanha eleitoral. Comentários de eleitores foram manipulados por ferramentas de IA para virar jingles dos candidatos. A tendência foi identificada em levantamento feito pela agência Aos Fatos, que encontrou pelo menos 15 candidaturas que adotaram a prática. Entre os exemplos estão o da Candidata a prefeita em Caxias do Sul (RS), Denise Pessoa (PT) fez uma música a partir de comentários positivos que recebeu em suas postagens no Instagram usando o app Suno — que produz gratuitamente até três músicas com IA. Ela usou o conteúdo em dois anúncios em suas redes, sinalizando a ferramenta utilizada. Outros usos similares aconteceram nas campanhas de Roberto Cidade (União), que concorre à prefeitura de Manaus, e Rodrigo Neves (PDT), postulante a prefeito de Niterói (RJ).
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Local de eleição: Não se aplica | Data: 4/10 | Plataforma: Instagram | Mídia: Vídeo
Um vídeo criado com Inteligência Artificial usa fotos do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes, para colocá-lo em situações típicas de animações infantis. No vídeo, que começou a circular no Instagram no início de outubro, a imagem do ministro é adicionado sinteticamente em animações que fazem seu rosto inchar, explodir e derreter, dentre outras situações irreais. As imagens são criadas com ajuda de um aplicativo que permite edição de vídeo através de IA. É possível ver a marca d’água do aplicativo em todas as imagens. O uso de IA, no entanto, não é explicitado na legenda das postagens feitas com o intuito de atacar o ministro.
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Local da eleição: Palmas (TO) | Data: 23/9 | Plataforma: Instagram e WhatsApp | Mídia: Áudio
As eleições para prefeitura de Palmas (TO) foram parar na justiça por conta da acusação de que um áudio teria sido manipulado por Inteligência Artificial (IA). Na gravação, que começou a circular no WhatsApp, uma voz atribuída à deputada estadual e candidata do PL Janad Valcari fala de forma agressiva com uma funcionária, a quem chama de “idiota”. O material supostamente manipulado foi veiculado na propaganda eleitoral, em 23 de setembro, ainda no primeiro turno, pelo então candidato Professor Júnior Geo (PSDB). Com a veiculação, o material se tornou alvo de ação por parte do PL que alega que o conteúdo seria uma deepfake. O laudo apresentado por seu opositor, no entanto, diz o contrário. Desde o início do processo, o caso passa por idas e vindas e a propaganda com o áudio chegou a ser suspensa. A justiça, no entanto, mudou seu entendimento dias depois, permitindo a veiculação do material. Já no segundo turno, disputado entre a candidata do PL e Eduardo Siqueira Campos, do Podemos, o material voltou a ser alvo de ação judicial já que Siqueira Campos o republicou em suas redes sociais. A Justiça eleitoral, no entanto, negou a remoção do link, que segue no ar. Os dois casos ainda estão em tramitação.
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