A desinformação está presente em várias plataformas digitais, mas os aplicativos de mensagens têm características que geram incentivos sistêmicos à disseminação de desinformação. No entanto, justamente pela sua arquitetura, denunciar conteúdos desinformativos nesses espaços não é tão simples como em outros lugares. Veja ao fim da matéria como denunciar fake news no WhatsApp.
A assessoria do WhatsApp informou ao *desinformante que o aplicativo não tem acesso ao conteúdo das mensagens trocadas entre usuários, por utilizar criptografia de ponta a ponta como padrão. No entanto, é possível reportar condutas inapropriadas diretamente nas conversas.
Nos termos de uso da plataforma, é vedado o uso do WhatsApp “envolvendo declarações falsas, incorretas ou enganosas” e “de forma ilícita, obscena, difamatória, ameaçadora, intimidadora, assediante, odiosa, ofensiva em termos raciais ou étnicos, ou que instigue ou encoraje condutas que sejam ilícitas ou inadequadas, como a incitação a crimes violentos, a exploração de crianças ou outras pessoas, a ação de colocá-las em perigo, ou a coordenação de danos reais”.
Além dessa especificação nos termos de uso, a plataforma anunciou nesta semana o conjunto de medidas que vem tomando contra a desinformação no aplicativo:
- Implementação de etiquetas que indicam quando as mensagens recebidas em uma conversa foram encaminhadas, para que os usuários saibam que o conteúdo daquela mensagem não foi criado pela pessoa de quem eles receberam.
- Redução do limite de encaminhamento de mensagens para 5 conversas por vez.
- Implementação de configurações extras de privacidade que permitem que os usuários decidam sobre quem pode adicioná-los a grupos de conversas no aplicativo.
- Restrição ainda maior do compartilhamento de conteúdos na plataforma. Com essa mudança, mensagens “frequentemente encaminhadas” (que passaram por 5 ou mais encaminhamentos) no aplicativo só podem ser encaminhadas para uma única conversa por vez.
- Disponibilização da função de pesquisar na internet que substituiu o botão de encaminhamento rápido por uma lupa com a qual os usuários podem escolher copiar a mensagem no navegador de internet para buscar mais referências sobre aquele assunto
- Aperfeiçoamento da maneira de realizar denúncias de abusos nas mensagens recebidas pelos usuários. O aplicativo passou a oferecer um controle adicional para denunciar um contato e sinalizar uma mensagem específica.
WhatsApp nas eleições
O aplicativo firmou compromisso com o Tribunal Superior Eleitoral em fevereiro deste ano para realizar medidas contra a desinformação no período eleitoral. Veja algumas das ações anunciadas:
- Desenvolvimento de um assistente virtual (chatbot) do TSE no aplicativo de mensagens que permite que os eleitores interajam com o TSE para receber dicas e checagens sobre notícias falsas, além de informações relevantes como tirar ou regularizar o título de eleitor, verificar local de votação, entre outras;
- Criação de um canal de denúncias para reportar contas de WhatsApp suspeitas de realizar disparos em massa, o que não é permitido nos Termos de Serviço do aplicativo e nem na legislação eleitoral, após uma sugestão apresentada pelo WhatsApp ao TSE em dezembro de 2019;
- Abertura de um canal eletrônico exclusivo para recebimento das citações e intimações judiciais provenientes do TSE, de forma a dar agilidade no processamento dos pedidos enviados pela Justiça Eleitoral.
Passo a passo para denunciar fake news no WhatsApp
O WhatsApp não dá a opção de denunciar por desinformação no próprio app, mas o usuário pode denunciar um outro usuário (menu > mais > denunciar) ou denunciar uma mensagem específica e enviar um e-mail para o suporte da plataforma. Para denunciar uma mensagem específica:
- Pressione e segure a mensagem até aparecer o menu;
- Clique em ‘denunciar’;
- Selecione se apenas deseja denunciar ou se quer também bloquear o usuário;
- O usuário também pode enviar denúncias específicas para o email [email protected], detalhando o ocorrido com o máximo de informações possível e até anexando uma captura de tela.