A violência política aumentou durante as eleições brasileiras de 2022 e foi a marca do pleito no país, segundo o relatório mundial lançado nesta quinta-feira (12) pela organização internacional Human Rights Watch.
Ataques do ex-presidente Jair Bolsonaro a instâncias superiores de Justiça, violência policial e a devastação da floresta amazônica foram mencionados no documento que levanta a situação global dos direitos humanos em 2022.
Sobre a violência política no Brasil, a organização relembrou os quatro assassinatos cometidos durante a campanha em circunstâncias que sugerem motivação política e os assédios online sofridos por candidatas, especialmente mulheres negras e transsexuais.
#violênciapolíticadegênero
>> Leia também: Os desafios do combate à violência política de gênero no Brasil em 2023
O relatório salientou as investidas do ex-presidente Jair Bolsonaro contra jornalistas e os ataques e insultos proferidos por ele, ainda estava em exercício da função, contra o Supremo Tribunal Federal (STF), utilizando narrativas de fraude eleitoral sem provas concretas.
“Em julho, ele [Bolsonaro] disse a dezenas de embaixadores que o sistema eleitoral do Brasil não era confiável. Em setembro, ele disse que se não obtivesse 60% dos votos, ‘algo de anormal’ teria acontecido no TSE”, lembrou o documento.
Meio ambiente e direitos dos povos indígenas
A posição do Brasil na situação climática mundial foi outro ponto abordado pelo Human Rights Watch, que evidenciou o aumento do desmatamento na Amazônia e o crescimento das emissões de gases poluentes sob a gestão do governo federal passado.
A organização avalia que a administração Bolsonaro enfraqueceu severamente a fiscalização ambiental, afastando servidores da Fundação Nacional do Índio (Funai) e encorajando redes criminosas que impulsionam o desmatamento e que têm ameaçado as populações defensoras da floresta, fundamentais para a proteção da Amazônia brasileira.
“A espetacular destruição ambiental durante seu mandato de quatro anos foi acompanhada de graves violações de direitos, incluindo violência e intimidação contra aqueles que tentaram detê-la”, trouxe o relatório.