Mesmo representando pouco mais de 1/6 dos vídeos disseminados no WhatsApp, conteúdo de plataformas de vídeos curtos figuram entre os mais frequentemente encaminhados, em especial, do TikTok. Entre os 20 vídeos com mais de 381 encaminhamentos na última semana (18 a 25 de setembro), por exemplo, 10 (50%) foram originados no TikTok, 9 (45%) não tinham selos de plataformas de vídeos curtos e apenas 1 (5%) foi proveniente do Kwai.
Quando analisados os 5 vídeos mais bem posicionados do TikTok e do Kwai, todos eles são conteúdos enganosos e falsos usados na disputa política. No TikTok, esses vídeos abordam temas que põem sob suspeita a pesquisa eleitoral ou que atacam ministros do STF.
No Kwai, por sua vez, esses vídeos têm teor antiesquerda e antipetista, enaltecem atos bolsonaristas e apontam a candidata à presidência Soraya Thronicke (União Brasil) como “traidora” de Bolsonaro.
O monitoramento foi coordenado pela pesquisadora do Instituto Nacional de Ciência e Tecnologia em Democracia Digital (INCT.DD), Tatiana Dourado. Foram considerados 6.601 vídeos disseminados em 4.408 mil grupos de política no WhatsApp no intervalo de sete dias, entre 18 a 25 de setembro. Os pesquisadores utilizam a ferramenta Palver para observar os vídeos.
Temas mais frequentes dos vídeos que circularam no WhatsApp na última semana
- Fraudes nas pesquisas – uma variedade de mensagens afirmam que os entrevistados tiveram seu voto contabilizado para o candidato Lula sem ter manifestado nenhum apoio a ele.
- Pelo Brasil e pela família: foram encontradas mensagens alegando que o voto para a reeleição do Bolsonaro é pra salvar o país do retorno da corrupção petista e do comunismo.
- Lula e PT: mensagens e montagens acusam o candidato Lula de admitir que o PT quebrou o país.