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@thiagoilustrado

Meta ainda não consegue barrar anúncios com desinformação eleitoral

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Informações falsas continuam circulando livremente pelas plataformas da Meta mesmo após a empresa prometer maior rigidez na aprovação dos anúncios que questionam a legitimidade eleitoral. É o que constataram dois estudos divulgados hoje: um desenvolvido pela Global Witness e outro pelo NetLab, da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ).

No primeiro deles, publicado nesta quarta-feira (14), a organização internacional Global Witness repetiu o teste realizado mês passado com o objetivo de avaliar se as plataformas Facebook e Instagram estão cumprindo as regras de proteção à desinformação em postagens patrocinadas.

Para isso, foram executados dez anúncios-teste divididos em dois grupos. No primeiro conjunto, contendo as mesmas desinformações eleitorais do experimento de agosto, 40% foram aprovados sem ressalvas pelo Facebook.

no segundo grupo, com novas informações falsas, esse número sobe para 50% de aprovação. Nesse conjunto, foram veiculados textos que desestimularam os eleitores a votar, questionaram a segurança das urnas e ainda sugeriram que comunidades indígenas teriam mais dias de votação.

“É muito preocupante que, mais uma vez, a Meta não tenha conseguido identificar que os anúncios foram postados de fora do Brasil, a partir de contas que não passaram pelo processo de ‘autorização de anúncio’”, pontua a Global Witness.

Já o NetLab, laboratório de pesquisa que acompanha de perto a situação, realizou um levantamento entre os dias 16 a 31 de agosto para verificar se as medidas de coibição de desinformação da empresa estavam realmente sendo postas em prática. 

De acordo com o documento, anúncios propagados nas plataformas do grupo Meta continuam a questionar a integridade eleitoral brasileira. Durante o período da pesquisa, foram identificadas 14 peças publicitárias que atacavam as urnas eletrônicas, defendiam o voto impresso e deslegitimavam o STF e TSE.

As publicações patrocinadas tiveram um investimento de R$ 1,7 mil e foram veiculadas por 7 perfis de candidatos aos cargos de deputado estadual e federal, gerando um total de 101,9 mil impressões. Até o fim do levantamento, os anúncios não haviam sido removidos pela Meta.

Esses perfis de candidatos, segundo o estudo, são apoiadores do presidente Jair Bolsonaro, cujas palavras são utilizadas para embasar os textos veiculados nos anúncios.

Ao todo, o levantamento do NetLab coletou por meio da interface do Meta Ads 138 anúncios que remetem às eleições de 2022. Desse total, 37 publicações têm menções neutras sobre o tema e 87, ou seja 63%, defendem os processos eleitorais. 

Conforme aponta o estudo, no geral, a maioria dos anúncios que legitimam as eleições advém de candidatos aliados ao ex-presidente Lula.

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