“Por isso que eu acho importante uma imprensa livre”, disse o candidato à presidência Luiz Inácio Lula da Silva em entrevista ao Jornal Nacional nesta quinta-feira (25). Em resposta aos esquemas de corrupção, questionados pelos apresentadores William Bonner e Renata Vasconcellos, o ex-presidente enfatizou a necessidade de fortalecer as instituições, como o Ministério Público e a imprensa, para o enfrentamento. “Eu acho que o estado brasileiro tem que ter instituições muito fortes para que o governo possa exercer a democracia”, apontou.
Ainda sobre o tema, Lula destacou que, em sua gestão, fortaleceu a transparência das instituições. “Foi no meu governo que a gente criou o Portal da Transparência, que a gente colocou a CGU para fiscalizar, que a gente criou a lei de Acesso à Informação, a gente criou a lei anticorrupção, a lei contra o crime organizado, a lei contra a lavagem de dinheiro. A AGU entrou no combate à corrupção. Criamos o COAF para cuidar de movimentações financeiras atípicas, e colocamos o CADE para combater os cartéis. A fala, no entanto, não é totalmente verdadeira. De acordo com a agência de checagem Aos Fatos, o Coaf foi criado no governo de Fernando Henrique Cardoso.
O candidato também foi indagado sobre o clima de polarização que domina este processo eleitoral. “O senhor passou anos repetindo uma expressão que se consolidou no seu governo dividindo o Brasil entre nós e eles. É um fato”, pontuou Bonner. O candidato argumentou que, no período em que foi presidente e rivalizou eleições com o PSDB, sempre alimentou uma rivalização positiva:
“Ela [a polarização] é saudável no mundo inteiro. Polarização tem nos Estados Unidos, tem na Alemanha, tem na França, tem na Noruega, tem na Finlândia, tem em tudo quanto é lugar. Sabe, toda vez que tem mais que uma pessoa participando de alguma coisa, não tem polarização num partido comunista chinês, não tinha polarização no partido comunista cubano. Agora, quando você tem democracia, quando você tem mais que um disputando, a polarização é saudável. Ela é importante, ela é estimulante, ela faz a militância ir para a rua, ela faz a militância carregar bandeiras. O que é importante é que a gente não confunda a polarização com o estímulo ao ódio”.
Lula também destacou o papel da credibilidade para governar: “Você tem que garantir… primeiro que, quando você falar, as pessoas acreditam no que você fala”, pontuou.
O analista de dados Pedro Barciela analisou a repercussão da entrevista entre diferentes durante a sabatina no Twitter:
De acordo com Barciela, a participação do petista gerou mais menções que a entrevista do presidente Jair Bolsonaro.