Menos de um mês após lançar sua biblioteca de anúncios, a plataforma de vídeos Kwai decidiu proibir a veiculação de anúncios políticos nas eleições municipais de 2024. Esse é o mesmo caminho que o Google percorreu para evitar cumprir as obrigações de transparência impostas pelo Tribunal Superior Eleitoral na resolução de propaganda eleitoral.
Uma das obrigações impostas pelo TSE é a criação de um repositório de anúncios políticos com dados sobre conteúdo anunciado, valores investidos, responsáveis pelo pagamento, período de impulsionamento, características dos grupos populacionais que compõem a audiência (perfilamento) da publicidade contratada, quantidade de pessoas atingidas pelos anúncios. O *desinformante já havia encontrado falhas na biblioteca disponibilizada pelo Kwai no fim de abril.
Com as atualização das Políticas de Anúncios e Conteúdo, o Kwai não vai mais permitir anúncios e impulsionamentos de qualquer tipo de conteúdo relacionado a processo eleitoral, votação, exercício do direito ao voto de outros direitos políticos, partidos políticos, pessoas candidatas, cargos eletivos, projetos de lei, federações e coligações e propostas de governo.
Em comunicado, a empresa disse que “reforça seu papel de aliada das instituições brasileiras ao trabalhar proativamente com o governo para assegurar a conformidade com as leis e regulamentações locais e em cooperação com o Tribunal Superior Eleitoral (TSE), como a nova resolução publicada em fevereiro, para garantir a integridade do processo eleitoral”.
Com a mudança da política do Kwai, agora a Meta é a única big tech que permite anúncios políticos para as eleições deste ano. O *desinformante também testou o repositório de anúncios da Meta e constatou que algumas das especificações previstas na resolução do TSE ainda não foram adotadas pela empresa.