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Fugindo da Justiça, golpistas se mexem dentro e fora do Telegram

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Após ser revelada a contribuição das plataformas digitais para a mobilização que culminou nos ataques do dia 8 de janeiro, foram expedidas diversas ordens de bloqueio de perfis, grupos e canais pelo Supremo Tribunal Federal. A Advocacia Geral da União detectou novas convocações para o último dia 11 e também pediu a suspensão de 50 grupos no Telegram, aplicativo de mensagens instantâneas que se tornou peça chave na comunicação de manifestantes extremistas. Agora, com medo das punições, bolsonaristas radicais buscam novos espaços.

De acordo com o levantamento realizado pela pesquisadora Andressa Costa, doutoranda em Ciência Política no Instituto Superior de Ciências Sociais e Políticas (ULisboa) e pesquisadora do Centro de Administração e Políticas Públicas (CAPP/ISCSP), a decisão do ministro do STF Alexandre de Moraes repercutiu de forma significativa durante a noite da quarta-feira (11) e a quinta-feira (12). “Rapidamente houve uma organização para criação de novos grupos/canais e a migração para outros aplicativos de mensagens instantâneas”, destaca o relatório da pesquisadora.

O levantamento compreendeu 3.115 mensagens e 944 imagens em 146 canais ativos; e  21.243 mensagens e 1.899 imagens em 99 grupos ativos entre as 17h do dia 11 de janeiro e as 15h do dia 12 de janeiro de 2023. De acordo com a pesquisadora, a determinação do bloqueio diminuiu o número de base dos grupos e canais monitorados diariamente.

As mensagens compartilhadas no período continham críticas e ataques ao ministro do STF, Alexandre de Moraes, além de pedidos de prisão para o ministro. “O tema foi o mais comentado durante a noite do dia 11 e a madrugada do dia 12, com grupos mudando de nome e links de convite para não serem encontrados e compartilhando grupos reservas caso o canal/grupo principal caia e opções de aplicativos de troca de mensagens instantâneas. Além disso, o canal “Chamado Juventude Revoltada” conseguiu, mesmo após o bloqueio, mudar o nome atacando diretamente o ministro”, relatou a pesquisadora.

Outro destaque é a narrativa de perseguição dos manifestantes que participaram dos atentados golpistas em Brasília, com alegações de que as prisões dos manifestantes é repressão política. Nos grupos, também foi possível encontrar diversas mensagens compartilhando contatos jurídicos para os detidos. 

O site O Núcleo também apurou como os apoiadores radicais de Bolsonaro estão usando “táticas de guerra” para despistar os bloqueios e buscar novas formas de se comunicarem sem interferências. De acordo com o site, os canais mudam constantemente de nome, apagam o histórico de mensagens e ativam as mensagens temporárias apostando na efemeridade dos conteúdos.

Outra preocupação dos administradores dos grupos e canais é com os infiltrados naquele espaço. Há uma espécie de caça para banir pessoas de esquerda, políticos e jornalistas daqueles grupos. Em alguns canais foi possível ver, inclusive, o vazamento de números de telefone daqueles que poderiam, possivelmente, serem ‘espiões’.

Fonte: monitoramento do site O Núcleo

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