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IA inaugura nova fase das redes sociais: entenda os usos e desafios

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Desde que assumiram sistemas de recomendação de conteúdos nos últimos anos, as plataformas digitais fazem uso de inteligências artificiais. Recentemente, porém, algumas delas anunciaram a incorporação da tecnologia também em novas funcionalidades voltadas para os usuários. Especialistas já preveem a criação de uma nova fase das redes sociais com desafios inéditos.

O LinkedIn, por exemplo, vai utilizar IAs generativas para iniciar conversas dentro da plataforma, incentivando a colaboração de usuários especialistas relevantes. Já o Snapchat está lançando para assinantes o My AI, uma versão do ChatGPT customizado para o aplicativo, que recomenda ideias de conteúdos, como mensagens de aniversário e textos para postagens.

O incremento dessas plataformas com IAs generativas já está sendo vista como o início de uma possível nova fase das redes sociais. O jornalista James Vincent diz que essa movimentação está criando a era das “redes sociais semiautomatizadas“, em que conteúdos criados pelas tecnologias começarão a ser cada vez mais populares.

Os desafios que surgem a partir disso, principalmente depois que os genéricos do ChatGPT se popularizarem, parecem ser muitos. “Além de servir conteúdo gerado por IA aos usuários, você pode criar usuários falsos na forma de chatbots de IA para provocar, encorajar e mimar sua base de usuários”, prevê Vincent.

Além disso, as empresas e os usuários precisam lidar com mais uma questão: os erros em respostas automatizadas. Pesquisadores independentes estão testando funcionalidades de pesquisa online com IAs e achando informações equivocadas nas respostas disponibilizadas pelos sistemas. Tanto o Bing, da Microsoft, quanto o Bart, do Google, apresentaram erros.

Essas respostas erradas já estão sendo chamadas pelos especialistas de “alucinações”. De acordo com Prabhakar Raghavan, vice-presidente sênior do Google, isso acontece quando “uma máquina fornece uma resposta convincente, mas completamente inventada ao usuário”.

Big Techs disputam liderança de IA no Mercado

As notícias sobre IAs não são poucas. Na terça-feira (14), foi lançada a quarta versão do GPT, o modelo de IA que está por trás do ChatGPT. Com a promessa de ser mais potente, criativo e confiável, o sistema atualizado já está mostrando na rede seu potencial. Um designer norte-americano, por exemplo, disse que conseguiu criar um jogo de ping pong em apenas 60 segundos.

Enquanto isso, as grandes empresas de tecnologia começam uma disputa para saber quem consegue incorporar mais rápido e melhor a tecnologia em seus serviços. Hoje (16), a Microsoft anunciou o lançamento do Copilot 365, um assistente de IA que ajudará os usuários a gerar e-mails, documentos e apresentações nos programas da empresa.

O Google também comunicou nesta semana a implementação de sistema parecido no Workspace, conjunto de produtos como Gmail e Google Docs. “Nesta próxima fase, faremos com que seres humanos sejam apoiados por uma IA colaboradora, que estará trabalhando em tempo real com eles”, disse o CEO do Google Cloud Thomas Kurian.

Na recente edição do South by Southwest, um dos maiores eventos de inovação do mundo, a futurista Amy Webb arriscou selecionar a IA como uma das principais tendências para os próximos anos. Isso porque, segundo ela, essa tecnologia irá “se entrelaçar na maior parte da nossa experiência digital”.

No relatório de tendências de 2023 do Future Today Institute, a qual Webb coordena, a IA também é apontada como a tecnologia que impactará em curto prazo indústrias e âmbitos sociais diversos, desde a agricultura até a política e o sistema informacional.

Países já trabalham em projetos de regulação de IA 

No início de março, a Câmara de Comércio dos Estados Unidos lançou um relatório pedindo a regulação dos sistemas de IA baseada em riscos, considerando um uso generalizado em um futuro próximo. De acordo com o documento, se as proteções não forem implementadas, as IAs podem afetar diretamente a privacidade e as liberdades pessoais, promovendo também vieses.

“Os formuladores de políticas devem debater e resolver as questões decorrentes dessas oportunidades e preocupações para garantir que a IA seja usada de forma responsável e ética”, traz o relatório.

Já a União Europeia propôs em 2021 uma Lei de Inteligência Artificial (AI Act) projetada para proibir projetos de IA com foco em pontuação social, manipulação e algumas instâncias de reconhecimento facial. Mas, como aponta o POLITICO, o ChatGTP e as IAs generativas já superam o contexto previsto no projeto legislativo, fazendo com que os legisladores europeus precisem revisar os projetos que estavam em discussão.

Sobre os esforços brasileiros nessa temática, a pesquisadora Nina da Hora, que criou um instituto para promover a emancipação dos direitos digitais no país, explica que o Brasil tem se posicionado no assunto de diversas formas, como a criação da Estratégia Brasileira de Inteligência Artificial (EBIA) em dezembro de 2020 e a participação de fóruns e iniciativas internacionais como a Parceria Global sobre Inteligência Artificial (GPAI).

Além disso, no ano passado o tema de uma regulação brasileira de IA passou pelo Senado, que chegou até publicar em dezembro um relatório e um esboço do projeto. Sobre as ações do Senado, Nina avalia: “Acredito que o conselho de juristas tem feito um ótimo trabalho em tornar acessível o tema e o debate a ponto de contribuir para que os cidadãos se sintam pertencentes na discussão e não só especialistas”.

Já a Lei Geral de Proteção de Dados (LGPD), ainda segundo ela, não trata diretamente do tema, mas aborda questões de privacidade e proteção que dados que são relevantes para o uso e o desenvolvimento de sistemas de IA, especialmente aqueles que envolvem dados pessoais.

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