Após recentes críticas, o Grupo de Trabalho criado para auxiliar na regulamentação da Procuradoria Nacional da União de Defesa da Democracia ganhou novos nomes ainda na própria sexta-feira (20). Pela manhã, o GT havia sido anunciado com onze nomes (e não 12, como foi anunciado anteriormente), todos homens. A composição inicial gerou diversos comentários negativos nas redes sociais devido a falta de representatividade e diversidade.
Diante da repercussão, novas pessoas foram convidadas a integrar o grupo e, em seguida, outros 19 membros foram apresentados, 18 deles são mulheres. Ao todo a comunidade científica e acadêmica que compõe o GT possui 30 pesquisadores e acadêmicos. Entre os novos integrantes estão Bruna Santos, pesquisadora no Centro de Ciências Sociais de Berlim (WZB) e membro da Coalizão Direitos na Rede, Letícia Cesarino, professora e pesquisadora na Universidade Federal de Santa Catarina, e Nina Santos, coordenadora-geral do *desinformante.
“Fico feliz que demandas da sociedade tenham sido ouvidas e que o grupo tenha sido ampliado para contemplar uma diversidade maior de visão e de origens. Espero que seja um espaço de trabalho construtivo para consolidar estruturas institucionais que fortaleçam nossa democracia”, comentou Nina ao integrar a lista.
Bruna Santos, que havia usado as redes para criticar a composição, usou seu Twitter para também comentar a mudança.
Além da representatividade de gênero, o GT para regulamentar a Procuradoria de Defesa da Democracia tinha sido criticado por não incluir nomes que estivessem diretamente ligados ao debate de regulação da internet. A inclusão de novos integrantes abarcou esse escopo, mas a Advocacia Geral da União também atualizou a portaria incluindo a Coalizão Direitos na Rede e o Internetlab entre as instituições que constituem o grupo.
O GT tem a finalidade de contribuir com a AGU fornecendo informações e subsídios para que o órgão possa elaborar uma regulamentação para a Procuradoria Nacional da União de Defesa da Democracia, que surgiu levantando desconfiança sobre o alcance de suas atribuições e limite de atuação para combater a desinformação.