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fev 21, 2024 | destaques, notícias

Brasil pede a membros do G-20 que rejeitem o uso da força e a manipulação em massa das mídias sociais

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Em seu discurso de abertura da reunião de ministros do G-20, hoje (21/2), no Rio de Janeiro, o ministro das Relações Exteriores, Mauro Vieira, reforçou a necessidade de mudança na governança global como forma de se acabar com os conflitos armados.

“À medida que o G20 avança nas discussões sobre seu papel diante das tensões internacionais em curso, encorajo todos os países a iniciarem o diálogo reiterando seus compromissos sob a Carta das Nações Unidas e rejeitando publicamente o uso da força, a intimidação, as sanções unilaterais, a espionagem, a manipulação em massa de mídias sociais e quaisquer outras medidas incompatíveis com o espírito e as regras do multilateralismo como meio de lidar com as relações internacionais”, convocou o ministro no início dos trabalhos.

As instituições multilaterais não estão preparadas para lidar com os desafios atuais, segundo ele, e deu como exemplo os casos dos conflitos na Ucrânia e Palestina, em que, na sua opinião, a “paralisia” do Conselho de Segurança implica diretamente na morte de inocentes.

Vieira reforçou ainda o enorme gasto militar, da ordem de US$ 2 trilhões a cada ano, muito acima dos valores investidos em programas de assistência ao desenvolvimento (em torno de US$ 60 bilhões por ano) e dos desembolsos para combater mudanças climáticas, que “mal conseguem alcançar os compromissos de US$ 100 bilhões por ano, portanto menos de 5% dos gastos militares”.

Neste primeiro dia do encontro, os ministros de Relações Exteriores do G-20 vão se debruçar sobre a conjuntura internacional e o papel que o grupo pode ter nas tensões e conflitos em curso. Amanhã, dia 22, o debate será focado nos modelos alternativos para mudanças na governança global, com atenção especial a maior participação de países do Sul Global nos organismos multilaterais, uma pauta que o presidente Lula defende já há alguns anos.

“Diante do quadro que vivemos, no entanto, este grupo é hoje, possivelmente, o foro internacional mais importante onde países com visões opostas ainda conseguem se sentar à mesa e ter conversas produtivas, sem necessariamente carregar o peso de posições arraigadas e rígidas que têm impedido avanços em outros foros, como o Conselho de Segurança”, destacou o embaixador Mauro Vieira, que deverá voltar a se pronunciar ao final do encontro para um balanço das reuniões.

Sobre o G-20

O Rio de Janeiro está sediando o encontro dos chanceleres das maiores economias do mundo para a primeira reunião ministerial do G20 em 2024, sob a presidência do Brasil. O encontro, marcado para a tarde do dia 21 e a manhã do dia 22 de fevereiro ocorre em um momento de grande instabilidade geopolítica, com crises e conflitos acontecendo em diversas regiões do mundo.

Entre os temas mais urgentes a serem discutidos estão a situação no Oriente Médio e a ofensiva russa na Ucrânia. A presença de representantes de países como Estados Unidos, China e Rússia, ressalta a importância do evento para o cenário internacional. Enquanto o Brasil busca ampliar a influência de países do Sul Global no G20, há o desafio de coordenar os esforços em prol de uma governança global mais eficaz e inclusiva.

A Cúpula do G20 representa a conclusão dos trabalhos conduzidos pelo país que ocupa a presidência rotativa do grupo. É o momento em que chefes de Estado e de Governo aprovam os acordos negociados ao longo do ano, e apontam caminhos para lidar com os desafios globais.

No Brasil, a Cúpula de Líderes do G20 está agendada para os dias 18 e 19 de novembro de 2024, no Rio de Janeiro, com a presença das lideranças dos 19 países membros, mais a União Africana e a União Europeia.

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