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Antônio Cruz/Agência Brasil

Filas para votar e remoção de conteúdo turbinam ataques ao TSE

Antônio Cruz/Agência Brasil
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A votação em primeiro turno das eleições gerais de 2022 foi marcada por longas filas em todo o país e no exterior. O acontecimento repercutiu em canais de extrema direita, turbinando questionamentos e críticas à Justiça Eleitoral. Este tema foi detectado no monitoramento das eleições produzido por Maria Paula Almada e Rodrigo Carreiro, pesquisadores do Instituto Nacional de Ciência e Tecnologia em Democracia Digital (INCT.DD) da UFBA.

O ministro Alexandre de Moraes, em coletiva no início da tarde, considerou que as filas poderiam ser indicativo de baixa abstenção e que qualquer cidadão que chegasse até às 17h teria garantido o direito de votação.

Outro ponto de destaque nas redes, de acordo com o monitoramento de pesquisadores, foi a decisão do TSE de determinar a exclusão de publicações que ligavam o ex-presidente Lula ao traficante Marcola, chefe do PCC. A notícia foi publicada pelo site O Antagonista no sábado, dia 1. 

A repercussão da matéria foi alta. A postagem feita por Bolsonaro no Facebook logo após a meia- noite chegou a mais de 36 mil curtidas e 11 mil compartilhamentos e inicia atacando Lula: “O crime organizado apoia Lula, porque Lula representa os interesses deles” (https://bit.ly/3e5OVxn). Já a deputada Carla Zambelli optou por compartilhar o trecho da informação dada pela Jovem Pan. O vídeo atingiu mais de um milhão de views.

Na manhã de hoje (2), o TSE mandou remover todos os conteúdos relacionados ao tema. Na decisão, o ministro Alexandre de Moraes destacou que não é permitida a utilização da “liberdade de expressão” como escudo protetivo para a prática de discursos de ódio, antidemocráticos, ameaças, agressões, infrações penais e toda a sorte de atividades ilícitas.

Esses dois fatos – a notícia em si e a decisão de que deveria sair do ar – deram impulso necessário para o tema permanecer em alta nas redes. No início da manhã, perfis da extrema-direita juntamente com Bolsonaro continuaram repercutindo a informação, mesmo após pedido do TSE para que as publicações fossem deletadas. 

Esses perfis lideraram a repercussão nas redes, impulsionando o tema e dando gás ao fluxo de críticas ao TSE e ao sistema eleitoral.  No twitter, em pouco mais de 3 horas o assunto rendeu 51 mil tweets e chegou na manhã aquecido: das 20h do dia 1/10 até às 9h do dia 2/10, foram mais de 112 mil tweets sobre a suposta relação de Marcola com Lula. Dentre os comentários e publicações no Twitter, a notícia foi utilizada para atingir o alvo principal dos apoiadores de Bolsonaro, o TSE.

Esta remoção, especulou a Folha de S. Paulo, poderá ser utilizada em futura ação para contestar o resultado das eleições. 

A campanha de Jair Bolsonaro (PL) estaria compilando episódios que mostrariam uma suposta parcialidade do TSE  contra o presidente durante o primeiro turno.


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