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maio 26, 2022 | Destaques, Notícias

Estudo aponta falha do Youtube na moderação da ferramenta Super Chat

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A ferramenta Super Chat do YouTube virou fonte de receita com desinformação e apelo à violência na plataforma de vídeo, segundo investigação do Instituto para o Diálogo Estratégico (ISD). Lançada em 2017, a ferramenta permite que os criadores de conteúdo rentabilizem suas transmissões e que o público pague para promover seus comentários em transmissões de vídeo ao vivo. A investigação da ISD mostra que o Super Chat se tornou uma fonte de receita não apenas para coberturas políticas e canais de comentários, mas também para teóricos da conspiração e extremistas.

Segundo os pesquisadores, as políticas de moderação de comentários de bate-papo ao vivo não estão sendo aplicadas corretamente. A pesquisa analisou três estudos de caso onde foi identificada uma amostra de 5% dos comentários pagos do Super Chat que continham conteúdo promovendo conspirações, desinformação, discurso de ódio ou ameaças de violência. Esses comentários do Super Chat, portanto, violavam as Diretrizes Comunitárias do YouTube.

O Super Chat oferece aos criadores uma fonte significativa de receita. O levantamento do ISD apontou uma receita de mais de 219 mil dólares em comentários pagos através da ferramenta publicados em apenas um canal do YouTube.

A pesquisa do ISD também levanta a questão que os criadores do YouTube não são obrigados a usar moderadores em transmissões de chat ao vivo. Existe uma recomendação do YouTube, mas não uma exigência. Esse ponto é especialmente crítico para criadores que geram alto nível de engajamento dos usuários. Os pesquisadores indicam que essa decisão do YouTube contra a exigência de moderadores representa uma falha significativa na proteção dos usuários nesses chats.

Durante o ataque ao Capitólio nos Estados Unidos em 6 de janeiro de 2020, o estudo identificou chamadas à violência e assédio para inúmeros usuários do YouTube, muitos desses comentários eram pagos pelo Super Chat, publicados em vídeos ao vivo relacionados aos protestos em Washington DC. Esses vídeos ocorreram antes, durante e depois dos eventos violentos de 6 de janeiro e os comentários ainda estavam disponíveis no YouTube, mais de um ano após o ocorrido.

Os pesquisadores destacaram que não existe acesso efetivo a dados para pesquisa de conteúdo de bate-papo ao vivo da plataforma de vídeo, o mesmo que temos apontado aqui no *desinformante. O YouTube não oferece uma API (interface de programação de aplicações) para rastrear ou analisar o conteúdo do bate-papo ao vivo em escala em toda a plataforma. Isso significa que tal conteúdo está fora do escrutínio da maior parte dos pesquisadores e jornalistas.

O Super Chat representa um elemento de monetização de conteúdo e moderação de conteúdo com falhas no YouTube. Os resultados do estudo destacam que existe de fato uma lacuna por parte do YouTube quando se trata de sua política de moderação. Embora o YouTube tenha desenvolvido políticas destinadas a proibir conteúdo prejudicial ou enganoso, a plataforma está falhando em implementar essas políticas para o Super Chat, expondo usuários a conteúdos de desinformação e que incitam a violência.

Até o fechamento deste texto, não obtivemos comentários do Youtube sobre os resultados do estudo.

Leia o relatório completo em inglês aqui.

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