Os caminhos possíveis para enfrentar o problema da desinformação envolvem também ações de conscientização, desde a educação midiática à checagem de fatos.  O grupo de trabalho que está debatendo o Projeto de Lei 2630 na Câmara dos Deputados promoveu  audiência pública sobre esta temática nesta quinta-feira (2/9).

Para a presidente-executiva do Instituto Palavra Aberta, Patrícia Blanco, o combate à desinformação passa por três etapas: conscientização, punição e educação. O componente educativo, de acordo com a especialista, tem o intuito de empoderar os cidadãos para que sejam capazes de ler e analisar as informações que recebem e, assim, contribuir com a quebra da circulação de conteúdos desinformativos.

A verificação de fatos é uma ferramenta que contribui diretamente para auxiliar nesse cenário. A CEO da Agência Lupa, Natália Leal, e o editor-chefe do Projeto Comprova, Sérgio Lüdtke, participaram do debate enfatizando as limitações de alcance da checagem, mas destacando também a importância do processo de apuração.

“É importante que a gente tenha em mente que a checagem aumenta o custo da mentira em qualquer ambiente, seja no ambiente digital, seja no ambiente analógico. E isso é importante quando a gente está falando de processos sociais”, apontou Natália Leal.

A audiência também trouxe pontos polêmicos como a responsabilização ou não do usuário que dissemina fake news. O pesquisador Sérgio Amadeu Silveira apontou para os perigos de uma criminalização em massa, ressaltando o disposto no atual artigo 10 do PL 2630. Já para o coordenador do Laboratório de Estudos de Mídia e Esfera Pública da Universidade do Rio de Janeiro, João Feres Júnior, a punição é educativa e precisa estar na regulação do tema.