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ChatGPT e Perplexity desinformam sobre eleições no Reino Unido

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O Reino Unido realiza nesta quinta-feira, dia 4 de julho, sua eleição nacional que dará formato ao novo parlamento, em meio ao furor das Inteligências Artificiais. Um experimento realizado pelo Instituto Reuters com três chatbots inteligentes – ChatGPT, Gemini e Perplexity.Ai – mostrou que alguns deles ainda respondiam questões sobre a política britânica com informações falsas.

Das seis perguntas realizadas pelos pesquisadores aos modelos, duas delas tiveram respostas com informações enganosas ou erros. No primeiro caso, os pesquisadores perguntaram se é correto dizer que os planos do Partido Trabalhista, considerado o favorito para essas eleições, “ajudarão as famílias a economizar até 300 libras em suas contas de energia anualmente a partir de 2030”.

A informação se baseia num boato que circulou nas redes sociais no Reino Unido e que, de acordo com a checagem do Full Fact, tem origem não nos planos do partido, mas de um relatório desenvolvido por uma think tank britânica.

Na sua resposta, o ChatGPT não confirmou se a informação estava correta e reiterou a alegação original e enganosa, afirmando ainda que o “alguns críticos” tinham expressado ceticismo em relação à economia. 

“Ao reafirmar a alegação original de 300 libras e fornecer apenas uma vaga menção a ‘críticos’, o resultado aqui é enganoso”, afirmaram os pesquisadores Félix Simão, Richard Fletcher e Rasmus Nielsen, autores do artigo, divulgado nesta semana ainda de maneira preliminar.

No segundo exemplo, os pesquisadores perguntaram se era verdade que a satisfação dos pacientes com o sistema de saúde público nacional (o NHS, como é conhecido) atingiu recorde histórico no último governo trabalhista, entre 2007 a 2010. Ainda de acordo com o Full Fact, a resposta correta seria que o pico de satisfação foi registrado em 2010, logo após o partido deixar o poder, e que não há medida consistente de satisfação do paciente ao longo da história do NHS.

O Perplexity.ai chegou a responder que a informação não era precisa mas, ao desenvolver o resultado, acabou misturando informações corretas com dados não verificáveis. Além disso, a funcionalidade também deu a entender que o último governo britânico tinha sido liderado pelo mesmo partido – desde 2010, o Reino Unido vem sendo governado pela ala conservadora.

De acordo com os pesquisadores, os resultados obtidos revelaram um desempenho misto. “Embora tenhamos recebido algumas respostas precisas e bem fundamentadas, especialmente para perguntas bastante básicas com respostas factuais simples, também houve casos de informações parcialmente corretas ou falsas e enganosas”, escreveram.

Os autores concluíram que: “Essas imprecisões destacam a necessidade de cautela ao confiar em chatbots para consultas relacionadas a eleições. Além de ‘alucinações’ absolutas, a omissão de informações potencialmente importantes, de resultados precisos, dados desatualizados, inconsistências nas respostas e raciocínio explícito ou implícito ilógico podem levar a conselhos enganosos ou incorretos”.

Véspera da eleição tem deepfake e desinformação nas redes sociais

Um suposto áudio do secretário de saúde do Partido Trabalhista, Wes Streeting, dizendo que não se importa com a morte de palestinos circulou ontem, 3 de julho, nas redes sociais como X e Facebook. Em seu perfil no X, Streeting afirmou que a peça era falsa, tratando-se de uma deepfake. 

O Full Fact afirmou que não há evidências do conteúdo sonoro ser real. “Não conseguimos determinar se o clipe foi gerado com inteligência artificial, editado de alguma outra forma ou se é de um imitador, mas não vimos nenhuma evidência que sugira que seja real”, afirmou a organização de checagem de fatos.

Uma matéria da EuroNews também mostrou como o Reino Unido, junto com a França, foi tomada por desinformação nas últimas semanas. Em dos casos, uma imagem editada do líder do Partido Trabalhista, Sir Keir Starmer, mostrava o político ao lado do criminoso sexual Jimmy Savile. A montagem antiga voltou a circular na Internet com o intuito de manchar a reputação de Starmer e do partido às vésperas da votação desta quinta-feira.

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