Os dois meses que antecederam o primeiro turno das eleições registraram quase o mesmo número de episódios de violência política e eleitoral do que os sete primeiros meses de 2022. É o que aponta a segunda edição do estudo Violência política e eleitoral no Brasil, produzido pelas organizações de direitos humanos Justiça Global e Terra de Direitos, lançado nesta segunda-feira (10). O estudo analisou o período entre 2 de setembro de 2020 e 2 de outubro de 2022, onde foram mapeados 523 casos ilustrativos de violência política envolvendo 482 vítimas entre representantes de cargos eletivos, candidatos/as ou pré-candidatos/as e agentes políticos no Brasil.
Nesse período de pouco mais de dois anos, foram registrados 54 assassinatos, 109 atentados, 151 ameaças, 94 agressões e 104 ofensas, além de 6 casos de criminalização e 5 de invasão. Apenas no período eleitoral, até o primeiro turno, entre 1 de agosto e 2 de outubro de 2022, 121 casos de violência política foram registrados, praticamente, dois casos de violência política por dia.
A segunda edição confirma a tendência de crescimento da violência política a partir de 2019, apresentada na primeira edição do estudo. Enquanto, até o ano de 2018, uma pessoa era vítima de violência política a cada 8 dias, a partir de 2019 os episódios de violência foram registrados a cada dois dias. Apenas o ano de 2022 já registra 247 casos – ou seja, um caso de violência política é registrada a cada 26 horas. O número de episódios neste ano já supera o total de 2020, quando houve eleições municipais (ver série histórica) e é mais de 400% maior do que o número de casos registrados em 2018, quando também houve eleições presidenciais
Baixe a íntegra da pesquisa aqui.