Tal como no mês passado, quando o alvo foi o Twitter, a organização Sleeping Giants Brasil lançou hoje uma campanha cobrando do Youtube/Google que disponibilizem ferramentas e apliquem medidas contra desinformação já oferecidas em outros países. O grupo chama os cidadãos para a página FakeNewsMata onde se pode assinar uma carta para os diretores executivos da plataforma no Brasil, Américas e mundo. (até a postagem deste texto 8.817 pessoas tinham assinado) A campanha pede aos usuários que subam a hashtag #YoutubeApoiaFakenews. Ao Brasil, segundo o texto da carta, o Google nega a implementação da [1] Política de Integridade Eleitoral, dos [2] Relatórios de Transparência de Publicidade Política e a [3] aplicação dos Termos de Uso do serviço em relação a comunicadores que violam suas políticas. (Entenda cada medida ao final do texto)
No mês passado, uma campanha nos mesmos moldes surtiu efeito e o Twitter estendeu ao país uma ferramenta de denúncia de informações falsas que já era oferecida nos Estados Unidos, Coreia do Sul e Austrália.
“Ao redor do mundo, as fake news matam pessoas e democracias. Acreditamos que a preservação dos processos e das instituições democráticas é responsabilidade coletiva dos cidadãos e das instituições públicas, mas também das empresas e demais atores privados que exercem atividade em um determinado país.”, afirma a carta do Sleeping Giants.
Em nota, o Google respondeu que as eleições brasileiras “sempre foram uma prioridade” e que o Relatório de Transparência de Publicidade Política será lançado no primeiro semestre deste ano. Sobre remoção de contas reincidentes, a empresa informou que “manterá todos atualizados sobre os próximos passos para ajudar nas eleições brasileiras”.
Entenda as ferramentas que o Google ainda não oferece no Brasil
1) Relatórios de Transparência de Publicidade Política. No relatório qualquer pessoa pode consultar a publicidade de conteúdos políticos, como temas ligados a gestão da pandemia e a segurança das eleições e até propaganda eleitoral antecipada. Está disponível em mais de 30 países, mas não no Brasil.
2) Política de Integridade Eleitoral. É uma política que impede a divulgação de informações falsas sobre supostas fraudes eleitorais após o resultado das eleições ser certificado pela autoridade eleitoral. Nos Estados Unidos e Alemanha esta política foi aplicada durante as eleições
3) Termos de Uso e Política da plataforma para remoção de conteúdos desinformativos e contas que sofrerem 3 ‘strikes’ no prazo de 90 dias, ou seja, que tiverem três vídeos removidos neste prazo.