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Heiko para Pixabay

Brasileiros confiam mais nas notícias via Google e WhatsApp que na mídia tradicional

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Ainda que 79% da população brasileira acredite que a desinformação é um grande problema associado ao WhatsApp, 53% dos usuários confiam nas notícias que recebem por lá, contra 46% que confiam nas notícias em geral. No Google, o percentual de confiança sobe para 57%. Esse é um dos resultados divulgados na mais recente pesquisa do Instituto Reuters, ligado à Universidade Oxford

A pesquisa foi realizada em quatro países: Brasil, Índia, Reino Unido e Estados Unidos. O Brasil se destaca nessa maior confiança nas redes sociais e apps de mensagem.  “O público geralmente está percebendo as notícias na maioria das plataformas como menos confiáveis em comparação com as informações da mídia em geral”. Apesar de níveis mais baixos de confiança em mídias como TikTok, Instagram e Twitter – a população tende a confiar mais em notícias via WhatsApp, Google e YouTube.

“Suspeitamos que essas diferenças em nível de país possam refletir diferenças demográficas e políticas entre as populações”, destaca o relatório.

Dentro desse espectro, os pesquisadores identificaram que as pessoas utilizam algumas artimanhas para identificar se é possível confiar ou não em determinado conteúdo. Uma delas diz respeito ao engajamento. Mais da metade dos entrevistados brasileiros (54%) observa o número de curtidas e compartilhamentos e 56% analisam o que as pessoas estão falando nos comentários.

Outro fator analisado pelos pesquisadores: “muitas pessoas podem basear avaliações sobre as notícias nas plataformas em suas convicções individuais sobre a natureza da informação nesses espaços – concepções que podem estar enraizadas na cultura e na conversação tanto quanto, ou até mais do que, em experiências diretas (ou passadas) usando esses serviços”. 

As plataformas, de acordo com a pesquisa, são usadas para diversos fins. Por exemplo, em todos os países, o WhatsApp e o Facebook são mais usados para manter contato com família e amigos, enquanto o YouTube é mais usado para entretenimento e aprender coisas novas e o Google para busca de informações sobre o que está acontecendo no mundo, além de ser utilizado para trabalho e estudos.

Apesar da confiança, o brasileiro acredita que desinformação é um dos maiores problemas nas plataformas digitais. 79% pensam que esse é um problema no WhatsApp, enquanto 76% também consideram problemáticos o Facebook, Google e YouTube (73%).  

“A desinformação no WhatsApp gerou níveis muito mais baixos de preocupação nos outros três países, o que provavelmente reflete os níveis comparativamente mais altos de escrutínio que a plataforma recebeu no Brasil, devido a relatos de conteúdo enganoso circulando em grupos do WhatsApp. Também é plausível que os brasileiros simplesmente tenham encontrado mais problemas com desinformação enquanto usavam o WhatsApp”, apontou o relatório sobre os níveis de preocupação no Brasil que são maiores que na Índia, Reino Unido e Estados Unidos.

Do outro lado, a desconfiança em notícias em geral pode estar ligada a alguns fatores. 50% dos entrevistados no Brasil acreditam que a mídia tenta manipular o público para atender a agendas políticas e 47% dizem que os jornalistas se importam mais em conseguir atenção que reportar os fatos. As mídias sociais são um dos lugares mais frequentemente citados pelas pessoas que dizem ver ou ouvir críticas sobre notícias e veículos jornalísticos. 

Debate político

O estudo conduzido pelos pesquisadores, entre eles a brasileira Camila Mont’Alverne, também investiga sobre o uso das plataformas para o debate político. Entre os quatro países, o Brasil é o país onde mais as pessoas precisam ter cuidado com o que falam nas redes, o percentual obtido para este questionamento chegou a 61%. 15% afirmaram já terem parado de falar com alguém por desentendimentos políticos. 

“Houve casos recentes de violência física relacionada à política no Brasil e na Índia, o que pode ajudar a explicar por que um grande número de pessoas também não se sente à vontade para discutir o tema nesses países”, pondera o estudo. 

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