A cobertura estrangeira sobre a eleição presidencial brasileira foi bem mais negativa para o atual presidente Jair Bolsonaro (PL) do que para o ex-presidente Lula (PT). É o que aponta o levantamento divulgado no especial Radar +55, elaborado pelo hub de inovação do Grupo BCW Brasil.
Entre os dias 20 de agosto a 22 de setembro, a agência analisou 196 notícias de veículos de 8 países e concluiu que o candidato à reeleição pelo Partido Liberal (PL) teve uma reputação baixa nas notícias, enquanto Lula apareceu como alternativa frente ao atual governo.
Segundo o relatório, tal cenário se deu, principalmente, pelas suspeitas levantadas por Bolsonaro sobre a segurança das urnas e ameaças de ruptura institucional se derrotado. Nos Estados Unidos, cujo senado aprovou na última quarta-feira (28) a recomendação de romper relação com o Brasil em caso de golpe, 100% das notícias analisadas possuem tom de crítica ao atual presidente.
Já o candidato do Partido dos Trabalhadores (PT), ainda conforme o levantamento, conseguiu posicionamentos favoráveis da imprensa estrangeira devido a possibilidade da volta dos programas sociais e a atenção às camadas mais vulneráveis da população brasileira.
Além disso, Lula também marcou bons desempenhos na mídia em assuntos como fome, desmatamento e desemprego. Temáticas em que Bolsonaro, por outro lado, sofreu baixas avaliações.
Os demais candidatos tiveram menor visibilidade, mas ainda conseguiram repercussão em alguns tópicos. Ciro Gomes (PDT), por exemplo, ganhou destaque em alguns momentos de questionamentos sobre Covid-19 e corrupção. Já Simone Tebet (MDB) se destacou em situações de defesa do protagonismo da mulher.
Entenda a metodologia
O Radar +55 utilizou como metodologia de análise o Índice de Desempenho na Mídia (IDM) desenvolvido pelo Grupo BCW Brasil. A avaliação de reputação na imprensa dos candidatos à presidência fez uso de algoritmo e critérios tanto qualitativos como quantitativos sobre os veículos e os conteúdos publicados em cada matéria. Foram analisadas mídias dos seguintes países: México, Chile, China, Inglaterra, EUA, França, Alemanha e Argentina.