Golpistas invadiram o Congresso Nacional, o Supremo Tribunal Federal (STF) e o Palácio do Planalto, neste domingo (8), após entrar em confronto com a Polícia Militar na Esplanada dos Ministérios, em Brasília. Os participantes de atos antidemocráticos estavam com pedaços de paus e pedras e romperam o cordão de segurança da polícia, que estava em número muito menor. Segundo a polícia, cerca de 4 mil manifestantes golpistas invadiram o Congresso Nacional, quebraram os vidros e entraram no Salão Verde. Eles seguiram, depois, para o STF, que também foi invadido.
No Youtube e Instagram, pelo menos, quatro canais transmitiram a invasão ao vivo. O movimento estava sendo tramado nas redes sociais, segundo monitoramento de pesquisadores. Alguns vídeos ofereciam alternativa de contribuição através de Pix diretamente no Youtube.
Os atos de vandalismo ocorrem depois que os manifestantes desistiram de pedir às Forças Armadas que fizessem a intervenção no país, uma das demandas do movimento de extrema direita que contesta o resultado das eleições e que se espalhou por todo o país. Pedidos de intervenção militar e destituição do novo governo estão entre as principais reivindicações dos manifestantes golpistas.
A falha da segurança vem sendo destacada por analistas. O Ministério da Justiça já havia autorizada o uso da Força Nacional para conter os atos deste domingo e a Esplanada dos Ministérios havia sido fechada para veículos. No entanto, o contingente policial foi aquém do necessário para evitar as cenas de vandalismo e golpismo. A Globo News revelou imagens em que policiais tiravam fotos sorrindo enquanto os manifestantes invadiam o Congresso Nacional.
Atores do atual governo trabalham para desmobilizar os atos. O ministro da Justiça e Segurança Pública, Flávio Dino, está na sede do Ministério e publicou em suas redes sociais que o Governo do Distrito Federal afirma que haverá reforços para conter os atos de vandalismo e golpismo:
O ministro da Secretaria de Comunicação Social destacou que essa “minoria golpista que não aceita o resultado das eleições” será tratada com o rigor da lei.
Capitólio brasileiro
No Twitter, a manifestação golpista foi relacionada à invasão ao Capitólio nos Estados Unidos. Já na tarde de domingo, o termo “Capitólio” era um dos assuntos mais falados na rede social em território brasileiro.
A invasão ao Capitólio ocorreu no dia 6 de janeiro de 2021 e foi liderada por apoiadores do ex-presidente Donald Trump que alegavam, sem provas, fraudes nas eleições do ano anterior. Naquele dia, centenas de manifestantes adentram a casa legislativa, muitos deles armados com barras de ferro e sprays, no momento em que estava sendo realizada a sessão que confirmaria a vitória do candidato Joe Biden à presidência do país.
Após dois anos, cerca de 800 pessoas foram presas por ligação no episódio. Em dezembro, o comitê da Câmara dos Deputados dos EUA que investigava a invasão concluiu que Trump foi a figura central do ataque, incitando os manifestantes. “Nenhum dos eventos do dia 6 de janeiro teria acontecido sem ele”, afirmou a comissão.