Os brasileiros se preocupam com os danos causados pelas redes sociais, no entanto, as fontes de informação mais confiáveis são amigos, familiares e colegas (27% com muita confiança, 69% confiam), seguidas por jornais e revistas (25%), rádio (25%) e emissoras de TV (24%). Como a confiança nas postagens e notícias compartilhadas por amigos, familiares e colegas é grande, mesmo plataformas com avaliações de baixa confiança podem exercer um grande impacto quando a informação é compartilhada por alguém em quem se confia.
Os dados se referem à pesquisa “Desinformação de gênero e Integridade da Informação no Brasil”, realizada pela organização #ShePersisted em parceria com a Lake Research, divulgado nos eventos paralelos ao NETMundial+10. Foram ouvidos 1.050 eleitores brasileiros entre 14 e 26 de março de 2024.
Plataformas como YouTube, Instagram, WhatsApp e Facebook são vistas positivamente pelo público em geral, em termos de confiabilidade. Plataformas como o X (anteriormente Twitter), TikTok e Kwai são percebidas como menos confiáveis.
○ X – 38% confiam, 50% não confiam
○ TikTok – 30% confiam, 61% não confiam
○ Kwai – 27% confiam, 60% não confiam.
Os eleitores com menos de 50 anos são menos céticos em relação às redes sociais como fonte de notícias do que os mais velhos. Enquanto os mais velhos buscam se informar por portais de notícias e canais de TV, os mais jovens (43%) optam pelo Instagram.
Segundo o levantamento, os brasileiros estão preocupados com os prejuízos causados pela internet. Mais de dois terços dos eleitores pesquisados expressaram uma “séria preocupação” sobre diversos danos causados pelas redes sociais.
Os tipos de prejuízos mais citados foram:
● Golpes, fraude e/ou phishing (81%)
● Tráfico Humano (80%)
● Fake news (78%)
● Bullying e/ou assédio (78%)
● Racismo (78%)
● Deepfake (77%)
● Discurso de ódio (76%)
● Misoginia e a forma como a imprensa retrata mulheres e meninas (67%).
Redes sociais não conseguem proteger mulheres do assédio
Além disso, 62% dos eleitores brasileiros acreditam que as redes sociais não estão conseguindo proteger mulheres e meninas contra o assédio online. A grande maioria dos brasileiros expressou preocupação com a forma como as mulheres são tratadas online, com mais de dois terços mostrando preocupação com deepfakes que se espalham pelas redes sociais. 78% dos brasileiros acreditam que é particularmente importante estabelecer regras e regulamentações para impedir a desinformação de gênero online.
Embora haja uma forte crença nos papéis de gênero tradicionais no Brasil, com mais de três quartos (77%) plenamente de acordo e 87% que apoiam a ideia de que “as mulheres devem ser amadas e protegidas pelos homens”, ao mesmo tempo, uma expressiva maioria (76%) acha que seria melhor para o país se mais mulheres estivessem na política.
A maioria dos eleitores considera que as plataformas de redes sociais não estão suficientemente regulamentadas e manifesta apoio às iniciativas governamentais destinadas a proteger os usuários das plataformas e o público em geral, com especial atenção à proteção de crianças e mulheres jovens. 65% dos brasileiros entendem que as empresas donas das redes sociais beneficiam-se economicamente da propagação de mentiras e desinformação. Uma porcentagem idêntica (65%) acredita que essas empresas contribuem para intensificar a polarização na sociedade brasileira.