Em meio a debates sobre uso de notícias para treinar inteligências artificiais, a OpenAI, empresa criadora do ChatGPT, anunciou nesta terça-feira (18) parceria com a imprensa estadunidense para apoiar o desenvolvimento da mídia e jornalismo local.
O apoio à American Journalism Project inclui a destinação de US$ 10 milhões, sendo US$ 5 milhões em financiamento, que irá contribuir para ações como a criação de um estúdio de tecnologia e investimento em organizações do portfólio da associação. Os outros US$ 5 milhões serão destinados em créditos de API para que a AJP e suas organizações de portfólio possam criar e usar ferramentas utilizando a tecnologia.
“Essa colaboração reforça nossa missão e crença de que a IA deve beneficiar a todos e ser usada como uma ferramenta para aprimorar o trabalho”, disse Sam Altman, CEO da OpenAI. “Estamos ansiosos para trabalhar com a AJP e seus beneficiários, criando um ciclo de feedback valioso e explorando maneiras pelas quais a tecnologia de IA pode reforçar o trabalho do jornalismo local”, reforçou.
Essa é a segunda parceria da OpenAI com a imprensa em menos de uma semana. Na semana passada, noticiou a Axios, a empresa fechou um acordo de dois anos com a Associated Press para o compartilhamento de notícias e tecnologias. O OpenAI terá acesso a parte do acervo da agência de notícias desde 1985 e isso será utilizado para treinar os algoritmos da IA.
Em contrapartida, a AP vai acessar a tecnologia da OpenAI. “A AP apóia firmemente uma estrutura que garantirá que a propriedade intelectual seja protegida e os criadores de conteúdo sejam compensados de forma justa por seu trabalho”, disse Kristin Heitmann, vice-presidente sênior e diretora de receita da AP.
Escritores de livros
Enquanto isso, 8.500 autores de autores de ficção, não-ficção e poesia assinaram uma carta pedindo aos fabricantes de IA que parem de usar seus livros. “Essas tecnologias imitam e regurgitam nossa linguagem, histórias, estilo e ideias. Milhões de livros, artigos, ensaios e poesia protegidos por direitos autorais fornecem o ‘alimento’ para sistemas de IA, refeições sem fim para as quais não houve cobrança”, diz a carta.
O material, destinado aos CEOs da OpenAI, Alphabet, Meta, Stability AI, IBM e Microsoft, destaca que a inteligência artificial generativa já ameaça prejudicar a profissão, “inundando o mercado com livros, histórias e jornalismo medíocres escritos por máquinas com base em nosso trabalho”.
Os autores pedem que as empresas obtenham permissão para usar o material protegido por direitos autorais em seus programas generativos de IA, compensem os escritores de forma justa pelo uso passado e contínuo dos trabalhos em seus programas generativos de IA e pelo uso das obras na produção de AI, independentemente de as saídas estarem ou não infringindo a lei atual.