O WhatsApp divulgou, nesta quarta-feira (13) o lançamento da ferramenta ‘Canais’ no Brasil e em outros 150 países. A função, similar aos canais do Telegram, permite que o usuário siga, por enquanto, organizações, equipes esportivas, artistas e formadores de opinião. Em breve, a empresa diz que abrirá a possibilidade para todas as pessoas.
“Por meio desse recurso, nosso objetivo é criar o serviço de transmissão com o maior nível de privacidade. Os Canais ficam separados das suas conversas, e quem você escolhe seguir não fica visível para outros seguidores. Além disso, protegemos as informações pessoais de administradores e seguidores”, explica a empresa da Meta, proprietária do WhatsApp, em comunicado.
A funcionalidade já havia sido lançada em dez países e, desde então, recebeu atualizações, como um diretório mais aprimorado, a possibilidade de reagir com emojis, a indexação do canal no encaminhamento das mensagens e, em breve, o WhatsApp também permitirá que os administradores façam edições.
No início deste ano, o WhatsApp lançou a ferramenta Comunidades, alvo de críticas de pesquisadores e atores da sociedade civil pelo potencial de contribuir para disseminação de desinformação. Em entrevista ao #panorama2023, no final do ano passado, o professor da UFMG e coordenador do projeto Eleições sem Fake, Fabrício Benevenuto, já alertava para o impacto que a nova ferramenta pode ter no espalhamento da desinformação.
“O grupo público funciona como uma espinha dorsal do espalhamento da desinformação. Aumentando o tamanho dos grupos e qualquer facilidade para viralização, essa espinha dorsal ganha força. […] Você vai poder administrar mais de um grupo e disparar uma mensagem para vários desses grupos ao mesmo tempo, administrar sua comunidade, seus vários grupos temáticos. Então vai facilitar esse trabalho hierárquico de espalhamento da desinformação”, disse Benevenuto à época.
As comunidades abrangem um público de 5 mil pessoas. Pelo comunicado da Meta, não há limites para os seguidores de um canal.
Empresas jornalísticas, como a Globo e a CNN, já criaram seus canais para compartilhar conteúdo com o público. No entanto, nas redes sociais, usuários reclamam que o conteúdo ainda não está disponível para eles. O *desinformante também tentou acessar os canais, mas eles ainda não estavam disponíveis.