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Rovena Rosa/Agência Brasil

fev 9, 2022 | Destaques, Notícias

Volta às aulas: como falar de educação midiática?

Rovena Rosa/Agência Brasil
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Ainda que a educação midiática não seja uma realidade para a maioria das escolas brasileiras, é essencial mostrar a importância desta abordagem e, além disso, que não é tão complicado nem caro trazer o tema para a sala de aula.  Nesta semana em que pelo menos nove Estados brasileiros retomaram as aulas em formato presencial, quem sabe é um bom momento para ler e rever notícias e avaliar o uso das mídias durante o período de pandemia?

Primeiro, vamos de definição. A educação midiática ou letramento midiático é o conjunto de habilidades para acessar, analisar, criar e participar de maneira crítica do ambiente informacional e midiático em todos os seus formatos — dos impressos aos digitais. A capacidade de questionar e fazer uma leitura aprofundada e menos ingênua dos conteúdos informativos que rolam nas redes.

Ouvimos dois especialistas no assunto – Bruno Ferreira, assessor pedagógico do Educamídia e formador de professores em Educomunicação e Rodrigo Ratier, professor de Jornalismo da Cásper Líbero e cofundador do Vaza Falsiane – que deram dicas quentíssimas para educadores e escolas que queiram se antenar para a urgência dessa ação logo no comecinho do ano.

Vamos lá:

  • Não precisa ser uma disciplina ou curso especial e separado, a ed. midiática pode permear o ensino em quase todas as disciplinas!
  • Estamos falando de crianças e adolescentes. Mais que conceituar, vamos desenvolver habilidades dialogando com a realidade dos alunos.
  • Ouvir os alunos sobre seus interesses e ferramentas e apps eles mais costumam usar. Mas o professor é o guia e mediador. O uso das ferramentas está atrelado ao projeto pedagógico, nada de se deslumbrar nem condenar a tecnologia.
  • Nas aulas de ciências o professor pode conversar sobre a pandemia, as fake news sobre vírus e vacina, por exemplo. Estimular uma pesquisa sobre o que saiu na mídia tradicional e outros meios de comunicação e comparar as narrativas.
  • É importante deixar claro que a escola é um lugar de ciência. É possível dialogar, mostrando diferentes pontos de vista lastreados na ciência.
  • A mesma conversa da vacina pode ser aplicada na aula de matemática. Que tal aprender a ler os gráficos de vacinados em cada estado e até na cidade onde mora o aluno?
  • Emergência climática e fenômenos naturais podem ser abordados nas aulas de ciências a partir de notícias dos jornais, efeitos dos extremos climáticos
  • Um professor levou o funk proibidão para a aula de linguagens e propôs à turma prestar atenção na letra fora do ambiente dançante dos bailes: o que essa letra quer dizer, o que dialoga com nossa realidade?
  • Não precisa de um momento especial, mas precisa de planejamento. A escola precisa colocar como prioridade a discussão das mídias e montar um plano
  • Educação midiática combina com a pedagogia de Projetos. O desafio de construir um blog, um podcast ou um vídeo é oportunidade para discutir diversidade de fontes, limites éticos etc
  • Para a educação infantil é possível falar de mentira a partir da leitura de histórias. Simulando uma entrevista com o personagem da história, com mediação da professora, as crianças reconhecem informações falsas e suas consequências
  • Repetir as atividades com alguma frequência é uma estratégia porque as fake news estão por toda parte. É um campo de disputa de narrativas.
  • Vale fazer um diagnóstico de consumo cultural. O que os alunos estão vendo, assistindo, o que gostam e onde se informam

Conteúdos online gratuitos

– Curso Vaza Falsiane

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Desinformante

 

Vale a Leitura:

Corações e Mentes – pensando de forma autônoma dentro e fora da internet  – texto e coordenação geral de Bernardo Sorj e Alice Noujaim

Pós-verdade e fake news – Reflexões sobre a guerra de narrativas – Mariana Barbosa

Idade Mídia: a comunicação reinventada na escola – Alexandre Le Voci Sayad

Jornalismo e educação: competências necessárias à prática educomunicativa – Bruno Ferreira

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