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jan 25, 2024 | Destaques, Notícias

Violência contra jornalistas cai pelo segundo ano consecutivo, mostra relatório da Fenaj

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Após um crescimento sem precedentes nos últimos anos, o número de casos de violência contra jornalistas voltou a cair em 2023. O relatório ‘Violência contra jornalistas e liberdade de imprensa no Brasil’ da Federação Nacional dos Jornalistas (FENAJ) mostra que no ano passado foram registrados 181 casos em comparação ao 376 de 2022, o que representa uma queda de 51,86%.

A Federação elenca que essa queda se deu pela retração no número de episódios de duas categorias de violência mapeados: a Descredibilização da imprensa e a Censura, que foram bastante infladas pelo ex-presidente Jair Bolsonaro, tanto em 2022, como nos anos anteriores. “O ciclo de Bolsonaro na Presidência da República foi um período em que houve a institucionalização da violência contra jornalistas, por meio da Presidência da República, com a prática sistemática de descredibilizar a imprensa e atacar seus profissionais”, destaca a FENAJ.

A organização apresenta os números que trazem a explícita relação entre o executivo anterior e os casos de violência. De 2018 para 2019, a violência teve um aumento de 54,07%. Esse crescimento foi de 105,77% no ano seguinte e, em 2021, as ocorrências bateram um recorde: 430 casos, o ano de mais violência contra os jornalistas, desde a série histórica inaugurada pela FENAJ em 1999. Já em 2022, houve uma queda levando a 376 casos.

Casos de violência contra jornalistas nos últimos anos

“Nos quatro anos em que Bolsonaro ocupou a Presidência da República, ele próprio foi o principal agressor, atacando pessoalmente a imprensa e incentivando seus apoiadores a também se tornarem agressores. De 2019 a 2022, Bolsonaro realizou 570 ataques a veículos de comunicação e aos jornalistas, numa média 142,5 de agressões por ano; uma agressão a cada dois dias e meio. A violência verdadeiramente institucionalizada pela Presidência da República”, declarou a Federação em relatório.

A queda de casos relacionados à descredibilização da imprensa e a censura fez com que as ameaças e intimidações se tornassem os tipos de violência mais comuns em 2023 (23,2%), seguida da violência física (22,1%) e das agressões verbais e ataques virtuais (14,9%). 

Tipos de agressão contra jornalistas em 2023

Os casos de cerceamento à liberdade de imprensa por meio de ações judiciais cresceram 92,31% no último ano. O número saltou de 13 ações ou inquéritos registrados em 2022 para 25 em 2023. Entre os casos relatados está a ação que o presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL), ingressou para derrubar reportagens nas quais sua ex-esposa o acusou de violência sexual, além de outros processos movidos por políticos.

De acordo com o relatório da Fenaj, os maiores agressores foram políticos ou seus assessores e parentes, 24,31% das violências registradas em 2023 partiram deles. No ranking de maiores agressores, os manifestantes de extrema-direita figuram em segundo lugar, sendo responsáveis pelas 29 ocorrências que ocorreram em acampamentos montados em áreas militares, outros dois casos foram registrados no próprio dia 8 de janeiro. Populares (9,3%), juízes e promotores (8,8%) e policiais (7,7%) também estão entre os que mais agrediram jornalistas.

A pesquisa também detalha que profissionais da televisão (29,3%) e da mídia digital (28,6%) são os que mais sofrem agressões, e que a maioria dos casos acontece nas regiões Sudeste (25,9%) e Nordeste (24,8%). Veja o relatório completo aqui:

“A tarefa de registrar os ataques à liberdade de imprensa tem como objetivo contribuir para a responsabilização dos culpados e para garantir a memória histórica do trabalho da categoria. A expectativa da Federação e dos Sindicatos de Jornalistas é que a violência contra a categoria cesse, no Brasil e no mundo. As sociedades precisam compreender o papel social do Jornalismo e dos jornalistas, principalmente diante de ameaças à democracia, aos direitos humanos e ao planeta Terra”, colocou a Fenaj em relatório.

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