A comissária de valores e transparência da União Europeia, Vera Jourova, se reuniu nesta segunda-feira (5) com mais de 40 signatários do código de conduta contra a desinformação do bloco – o qual o Twitter se desligou recentemente – para abordar temas como a desinformação na guerra russa, o acesso aprimorado aos dados para pesquisadores, a proteção da informações durante eleições e os riscos da inteligência artificial.
Jourova destacou que os serviços de IA tem o poder de criar imagens reais ou destorcer vozes, o que amplifica o poder desinformativo dos conteúdos. “Chatbots avançados, como o ChatGPT, são capazes de criar conteúdos e visuais complexos e aparentemente bem fundamentados em questão de segundos. Os geradores de imagens podem criar imagens autênticas de eventos que nunca ocorreram. O software de geração de voz pode imitar a voz de uma pessoa com base em uma amostra de alguns segundos. As novas tecnologias também levantam novos desafios para a luta contra a desinformação. Então, hoje pedi aos signatários que criassem uma faixa dedicada e separada dentro do código para discuti-lo”, pontuou de acordo com o TechCrunch.
A comissária destacou que as empresas que disponibilizam essa tecnologia, como Microsoft e Google, devem construir salvaguardas necessárias para que os serviços não sejam usados por pessoas má intencionadas. Além disso, é necessário que se torne obrigatório que os conteúdos gerados por inteligência artificial sejam rotulados para os usuários.
Essas medidas já devem ser apresentadas à comissão no próximo mês, em que os signatários devem apresentar relatórios para “informar o público sobre as salvaguardas que estão implementando para evitar o uso indevido da IA generativa para espalhar desinformação”.