Dois meses após os Estados Unidos proibirem o uso do TikTok em dispositivos móveis de representantes governamentais, a União Europeia também decidiu fazer o mesmo. Em e-mail interno enviado hoje (23), a Comissão Europeia orientou que os mais de 32 mil funcionários excluíssem a rede social chinesa dos seus celulares pessoais e profissionais.
A proibição foi implementada, segundo a mensagem, para aumentar a segurança cibernética, buscando evitar possíveis vazamentos de dados confidenciais dos países que formam o bloco econômico.
Tal medida reforça as suspeitas de governos ocidentais de possíveis relações da rede social de vídeos, administrada pela empresa chinesa ByteDance, com o governo da China, liderado pelo Partido Comunista Chinês (PCC), escalando ainda mais a tensão entre o Ocidente e Pequim.
A partir de novembro do ano passado, diversos estados dos EUA começaram a aprovar legislações regionais proibindo o uso do aplicativo em dispositivos públicos. Em dezembro, o Senado aprovou uma lei parecida destinada aos funcionários do governo federal.
Em março, a Câmara norte-americana espera o diretor executivo do TikTok, Shou Zi Chew, para prestar depoimento. Espera-se que sejam esclarecidas as alegações de relações da plataforma com o governo chinês, bem como as recentes questões de saúde mental de adolescentes envolvendo a empresa.
Canadá é mais um país que proíbe o TikTok em dispositivos governamentais
A partir do dia 28 de fevereiro, o TikTok deve ser removido dos dispositivos do governo canadense. A medida, anunciada na segunda-feira (27), reforça a movimentação de países ocidentais em bloquear o aplicativo chinês com receio de vazamento de dados internos para Pequim.
Em comunicado, a presidente do Conselho do Tesouro do Canadá, Mona Fortier, disse que a decisão está sendo tomada como precaução, “principalmente devido às preocupações com o regime legal que rege as informações coletadas dos dispositivos móveis e está alinhada com a abordagem de nossos parceiros internacionais”.
Semana passada, a União Europeia também aplicou resolução semelhante, orientando que os mais de 32 mil funcionários excluíssem a rede social chinesa dos seus celulares pessoais e profissionais. A proibição foi implementada, segundo comunicado interno, para aumentar a segurança cibernética, buscando evitar possíveis vazamentos de dados confidenciais dos países que formam o bloco econômico.
A empresa afirmou que o Canadá não entrou em contato para discutir preocupações sobre a plataforma.
Já nos Estados Unidos, onde a proibição nos dispositivos governamentais vigora desde dezembro, a União Americana de Liberdades Civis (ACLU, na sigla em inglês) pediu ao Congresso que não proíba totalmente a rede social no país. Segundo eles, tal medida violaria os direitos de liberdade de expressão, limitando a discussão política e a expressão artística livre do povo norte-americano.
“Os americanos têm o direito de usar o TikTok e outras plataformas para trocar pensamentos, ideias e opiniões com pessoas de todo o país e do mundo. A ACLU recomenda fortemente que vocês se oponham ao projeto de lei e apoiem nosso direito constitucional de nos expressar – tanto online quanto offline”, orientou a organização.