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jun 8, 2022 | Destaques, Notícias

TSE reúne partidos e plataformas para debater enfrentamento à desinformação

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“Este ano teremos as eleições gerais, talvez, as mais desafiadoras da nossa história, especialmente devido ao fato de a disseminação massiva de notícias falsas ameaçar, não apenas a reputação institucional do processo eleitoral e da Justiça Eleitoral, mas, principalmente, a democracia brasileira”.

Com essa afirmação, a secretária-geral do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), Christine Peter, lembrou que o combate às notícias falsas é uma missão de todas e de todos, durante o encontro “Plataformas Digitais e Partidos Políticos: o enfrentamento à desinformação como instrumento de promoção da democracia”, promovido pelo TSE nos dias 7 e 8 de junho.

O objetivo do encontro foi apresentar boas práticas no uso dos recursos e funcionalidades das plataformas digitais, além da conscientização quanto às regras e políticas aplicáveis ao processo eleitoral e à desinformação.

Kwai

Na abertura dos debates, representantes da plataforma de vídeos curtos Kwai, que agrega mais de 45 milhões de usuários no Brasil, apresentaram as características da rede social e destacaram a parceria firmada com o TSE para o combate à desinformação. Segundo eles, a plataforma, além do entretenimento, se preocupa em ser uma “praça democrática”, ao promover interação e diálogo, e oferecendo conteúdos plurais ao usuário.

O diretor de Relações Governamentais e Política do Kwai, Wanderley Mariz, afirmou que as ações desenvolvidas pela empresa visam ampliar também o debate plural sobre vários assuntos, inclusive o eleitoral, com a promoção e o respeito à diversidade de discursos e temas, e, sobretudo, à integridade do processo eleitoral e às normas vigentes.

A segurança e a transparência das eleições também são preocupações do Kwai, segundo a gerente de Políticas Públicas e Relações Governamentais da plataforma, Lariana Mungai. Ela ressaltou que vários recursos de moderação e diretrizes de integridade são aplicados, principalmente à temática eleitoral. “Queremos garantir o debate amplo e os valores das pessoas, mas de forma que não desinforme e que promova a paz e combata o discurso de ódio”, enfatizou.

WhatsApp

O diretor de Políticas Públicas do WhatsApp/Meta Brasil, Dario Durigan, abordou a especificidade da plataforma, que não foi concebida para ser uma rede social, mas sim um aplicativo de mensagens privadas. “Trabalhamos com criptografia de ponta a ponta; temos a privacidade por design. O intuito é tornar a plataforma mais confiável e segura. Por isso, não adotamos a moderação de conteúdo”, destacou.

Ele lembrou que o aplicativo possui uma parceria com o TSE desde 2019, quando foi apresentada a proposta para que fosse prevista em lei a proibição da contratação e do disparo de mensagens em massa. A sugestão foi acatada e, em setembro de 2020, foi inserida nas resoluções eleitorais válidas para o pleito daquele ano.

De acordo com dados do WhatsApp, oito milhões de contas são banidas por mês em todo o mundo. Nas últimas eleições no Brasil, durante o período eleitoral, a plataforma excluiu 360 mil contas que violaram os termos de uso do aplicativo.

A consultora de Políticas Públicas do WhatsApp/Meta Brasil, Júlia Barcelos, elencou duas ações em parceria com o TSE. A primeira é o chatbot da Corte Eleitoral, que funcionará em 2022 como uma ferramenta para combater a desinformação mediante informação checada e de qualidade. “Esse é um dos primeiros [chatbots] no mundo feitos com autoridade eleitoral. O Brasil possui um dos mais sofisticados. Nele, temos serviços ao eleitor, notícias, campanhas do TSE e informações aos candidatos sobre as principais datas do calendário eleitoral”, explicou.

Além disso, a consultora deu ênfase ao canal de denúncias na plataforma exclusivo do TSE. Por meio dele, o Tribunal recebe denúncias de usuários que reportam contas suspeitas por efetuar disparos em massa. Então, o WhatsApp é notificado pelo próprio Tribunal. “A partir desse momento, faremos a checagem e verificaremos se as contas reportadas violaram nossa política de uso, sem análise do conteúdo divulgado. Em caso positivo, a conta é automaticamente banida da plataforma”, detalhou.

Meta

A gerente de Políticas Públicas da Meta no Brasil, Priscila Couto, apresentou as iniciativas da empresa para combater a desinformação.

A Meta representa o Facebook e o Instagram e a estratégia de combate às notícias falsas é composta por três pilares: remover, reduzir e informar. Ao destacar que as ações começaram nas Eleições 2018, Priscila reforçou que essa é uma medida adotada não apenas no período eleitoral.

“A palavra mais importante para a Meta é integridade”, afirmou, ao lembrar que a iniciativa envolve mais de 40 mil pessoas, com mais de US$ 5 bilhões investidos em 2021 para garantir a estabilidade eleitoral. “Iniciada em 2018 no Brasil, essa estratégia já foi adotada em 200 eleições ao redor do mundo”, destacou.

Ela ressaltou que a empresa conta com o Centro de Operações para Eleições, que tem como objetivo dar uma resposta imediata durante o período eleitoral. “Buscamos garantir que não haja interferência de redes de comportamento inautêntico coordenado, que influenciam o discurso público”, afirmou.

Priscila contou ainda que, após o uso do rótulo eleitoral em mensagens sobre o tema eleições, o tráfego no site do TSE teve um aumento de 10% nos meses de janeiro e fevereiro de 2022 em relação ao mesmo período de 2021. “Foram mais de 2,8 milhões de conteúdos no Facebook com o rótulo”, disse.

Twitter

A coordenadora de políticas públicas do Twitter, Lailla Malaquias, deu dicas de como agir para que as informações publicadas cheguem a mais pessoas. Publicações com textos curtos, usar assuntos do momento e não ignorar as interações, mesmo que negativas, dos demais usuários da plataforma geram maior engajamento e são uma ferramenta útil no combate à desinformação.

Como exemplo, Lailla citou posts sobre o prazo para o alistamento eleitoral, encerrado em 4 de maio. “O TSE fez isso muito bem para chamar atenção do público para datas importantes”, observou.

Natalia Neris, também representante do Twitter, ressaltou que a segurança começa nos bastidores e provocou a plateia: “quando foi a última vez que você mudou a senha (dos aplicativos)? Quantos dispositivos estão conectados à sua conta? Você tem autenticação em duas etapas?”

Ela mostrou ferramentas da plataforma usadas para estimular a publicação e o compartilhamento de informações verdadeiras. A coordenadora explicou que o microblog dá uma segunda chance aos usuários que tentam manter conversas tóxicas. Ao tentar publicar o texto, é exibida a seguinte mensagem: “quer revisar antes de twittar?”. Segundo Natalia, em 47% das vezes em que a pergunta foi exibida, o autor excluiu ou editou o comentário. Em caso de compartilhamento de publicações com links, o microblog questiona se o usuário deseja abrir o link antes de compartilhá-lo. A ideia é incentivar as pessoas a lerem o conteúdo antes de repassá-lo para outros usuários.

Nesse contexto, ela lembrou ainda que o Twitter permite ao usuário denunciar conteúdos nocivos dentro da própria plataforma ou por meio da central de atendimento do microblog.

As ações do TSE no enfrentamento da desinformação

As ações adotadas pelo TSE para minimizar os impactos negativos da desinformação nas eleições brasileiras foram apresentadas pela secretária de Comunicação e Multimídia, Giselly Siqueira.  Ela explicou aos representantes das empresas e legendas presentes que as primeiras medidas de enfrentamento das notícias falsas surgiram em 2017, com a criação do Comitê Consultivo sobre Internet e Eleições. Segundo a jornalista, o colegiado foi instituído a partir do acompanhamento das eleições norte-americanas, quando o Tribunal identificou que o fenômeno da desinformação poderia representar um problema para o pleito brasileiro.

De acordo com a secretária, o grande volume de informações inverídicas e os ataques à Justiça Eleitoral que marcaram o pleito geral de 2018 motivaram a criação do Programa de Enfrentamento à Desinformação com Foco nas Eleições de 2020, iniciativa lançada na gestão da ministra Rosa Weber e tornada permanente em agosto de 2021, pelo ministro Luís Roberto Barroso.

As parcerias firmadas com as plataformas – que deram origem ao chatbot do Tribunal no WhatsApp e ao canal do TSE no Telegram, por exemplo –, o site Fato ou Boato e os materiais informativos produzidos especialmente para o público das redes sociais foram algumas das ações destacadas pela secretária. Ela reforçou o compromisso do TSE de disseminar informações checadas e precisas sobre o processo eleitoral do Brasil.

“A gente tenta suprir o máximo de espaços para fazer com que a informação chegue ao maior número de pessoas para minimizar os efeitos da viralização. Sabemos que acabar com isso não é real, então trabalhamos com o real, que é minimizar os impactos da desinformação”, observou a jornalista.

 

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