O Instituto Internacional para Democracia e Assistência Eleitoral (IDEA Internacional), organização global de defesa da democracia, publicou esta semana recomendações para plataformas e para os países garantirem a integridade da informação em períodos eleitorais.
Estima-se que em 2024, mais de 4 bilhões de pessoas irão participar de eleições democráticas ao redor do mundo. “ A salvaguarda da integridade destas eleições exigirá disponibilidade de fontes confiáveis de informação, confiança no jornalismo profissional e acesso a uma diversidade de pontos de vista”, esclarece o documento da IDEA.
O texto alerta que as tentativas de poluir o ambiente da informação podem distorcem a opinião pública e impactar os resultados eleitorais. A publicidade microssegmentada com base em dados sensíveis é citada como um dos métodos de alto impacto em campanhas eleitorais bem como o mau uso da IA generativa, que pode distorcer fatos e criar ruídos.
Conheça as 10 recomendações para as plataformas digitais durante as eleições:
1. Promover e amplificar informações eleitorais oficiais provenientes de organizações independentes e conteúdos jornalísticos de interesse público
2. Estabelecer contato com a sociedade civil organizada antes dos períodos eleitorais, informando as políticas das plataformas, mecanismos de resposta e estratégias de mitigação contra a desinformação eleitoral.
3. Garantir proativamente que os algoritmos de recomendação não impeçam o acesso a informações eleitorais precisas ou a diversos pontos de vista dentro do espectro democrático.
4. Quando uma peça de desinformação for exposta a um grande número de usuários, mostrar a cada usuário exposto uma análise contextual com diversos pontos de vista conduzidos por verificadores de fatos independentes.
5. Adotar uma abordagem rápida para dar uma resposta aos usuários e conter a viralização da desinformação eleitoral. As plataformas devem colaborar entre si para evitar a propagação de uma rede para outra
6. Garantir que a publicidade política seja claramente rotulada, proibir uso de dados sensíveis para direcionar anúncios políticos e a desmonetização da desinformação.
7. Implementar regimes especiais de responsabilização para jornalistas, influenciadores e atores influentes no processo eleitoral, juntamente com sanções apropriadas baseadas em regras imparciais
8. Publicar políticas e relatórios regulares sobre operações de recomendação, sistemas de moderação e modalidades de cooperação com sinalizadores confiáveis. Transparência sobre os processos durante as eleições.
9. Garantir que as regras de uso, as políticas de moderação sejam responsáveis e inclusivas e não discriminatórias
10. Divulgar informações financeiras relativas a anúncios online pagos. Fornecer um banco de dados facilmente acessível e pesquisável com informações dos gastos de cada partido político
Leia a íntegra do documento (em inglês), incluindo as recomendações para os governos dos países onde haverá eleições este ano abaixo: