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O que as plataformas podem fazer para proteção das eleições?

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Com o objetivo de auxiliar as plataformas na garantia e na saúde dos processos eleitorais em 2024, ano em que são previstas 65 eleições no mundo todo, a organização norte-americana Integrity Institute lançou recentemente um guia de boas práticas focado na construção de parâmetros concretos para que as bigtech saiam do discurso abstrato.

O documento parte da avaliação de que a série de eleições previstas para o próximo ano será um momento desafiador para as plataformas, as quais terão que criar programas internos de segurança eleitoral e salvaguardas ideais para a manutenção da democracia global. As orientações também vêm num momento em que organizações já avaliam que as plataformas não estão preparadas para lidar com desinformação no pleito do Brasil e dos demais países.

As orientações práticas da organização são divididas em quatro pontos:

  • Definição de metas, índices e métricas de avaliação;
  • Desenvolvimento de intervenções de segurança;
  • Colaboração com entidades externas;
  • Discussão de tópicos críticos como IA generativa.

No primeiro deles, por exemplo, o guia sugere que as empresas de tecnologia compreendam previamente o contexto dos processos eleitorais em que suas plataformas estão inseridas, como: saber o quão fortes são as instituições locais e como as redes são usadas pela população. Só assim, será possível entender quais são os riscos específicos e quais metas e estratégias podem ser aplicadas para contê-los. 

A definição e descrição de metas e métricas de monitoramento, segundo a organização, ajudam as plataformas a materializar seus esforços e investimentos. “Metas claras e acionáveis ajudam organizações a identificar riscos, alinhar prioridades e estratégias e, então, torná-las responsáveis”, pontua o guia. 

Outro ponto destacado é a importância dos mecanismos de intervenção e de desenvolvimento de produtos, que levem em consideração tanto a construção de políticas e termos de uso como as funcionalidades para que essas diretrizes sejam respeitadas pelos usuários. Criação de novas políticas específicas para o pleito e ações de monitoramento em períodos específicos, como contagem de votos e transição de governos pós-resultados.

Além disso, as plataformas devem procurar colaborar com figuras externas, como pesquisadores, autoridades eleitorais e organizações da sociedade civil. Para cada uma delas, o guia de boas práticas descreve quais exemplos de interação entre essas figuras para que as redes sociais consigam construir pontes para a manutenção da integridade das eleições.

Plataformas devem se preocupar com IA generativa

O guia também afirma que a presença generalizada das Inteligências Artificiais, como ChatGPT e MidJourney, é um tópico crítico que deve ser levado em consideração pelas plataformas em períodos eleitorais. Nesta semana, às vésperas do segundo turno na Argentina, deepfakes criadas pelos apoiadores dos candidatos já estão aparecendo como parte da campanha presidencial. 

O documento, então, elenca sugestões de ações para as plataformas em relação ao tema, como a criação de políticas específicas para conteúdos sintéticos que distingam conteúdos satíricos daqueles com intenções de desinformação e que possam ser utilizados como postagens publicitárias. Além disso, o reforço do monitoramento e a criação de canais de comunicação com outras plataformas para ações conjuntas foram outras orientações estabelecidas pela organização.

O guia de boas práticas do Integrity Institute está disponível em inglês no site oficial da organização.

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