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maio 4, 2022 | Destaques, Notícias

Pesquisa ‘olha’ para as características da desinformação no Sul Global

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Quais as fake news preferidas e repetidas na América do Sul? Quais os marcos da desinformação no Sul Global? Qual a nossa cultura desinformativa e como a sociedade e os governos estão se organizando para combater a desordem informacional? Essas perguntas e tantas outras capazes de produzir uma abordagem ´cultural´ da desinformação foram feitas para compor a pesquisa “Lidando com os desafios da desordem informacional no Sul Global”, divulgada em abril passado. O levantamento foi coordenado pela Universidade do Cabo e contou com o apoio da instituição canadense International Development Research Centre (IDRC). Para América do Sul e Caribe, contou com a participação do InternetLab (Brasil). 

O pesquisador e professor da UNB, Jonas Valente, destaca que em contraposição aos marcos norte-americanas do tema, como a eleição de Donald Trump e o Brexit, a experiência sul-americana aponta que a mídia foi responsável por boa parte da desinformação ao longo dos anos. “Um traço da América Latina é o papel dos meios de comunicação tradicionais como redes de TV e jornais, na publicação de notícias falsas”. 

Quando a lente se volta para o papel dos políticos na disseminação de desinformação, Valente ressalta o discurso de que “as esquerdas vão transformar o país em uma Venezuela”, uma das fake news mais comuns nos países sul-americanos. Com o alcance das plataformas digitais, estas estratégias ganharam escala embora não deixem de ser custosas, avalia o pesquisador. 

A pesquisa deixa explícito também a insuficiência das medidas adotadas pelas plataformas para inibir a desinformação, especialmente, pela diferença de tratamento entre Norte e Sul Global. “A análise de conteúdo em espanhol e português por exemplo não é suficiente para o volume de fake news que temos”. 

Mas a pesquisa também reconhece avanços, especialmente da sociedade civil e do Judiciário, no enfrentamento do problema. O diálogo as plataformas com o Tribunal Superior Eleitoral (TSE), o trabalho das agências de checagem e a criação de organizações da sociedade civil e de mídia voltadas para a questão são citados no texto. 

O estudo conta ainda com uma segunda parte, com uma revisão dos artigos, livros e textos acadêmicos sobre o tema da desinformação na região. Foram analisados pelos pesquisadores mais de 100 obras que tratam de aspectos diferentes do fenômeno, como a definição e as características do problema, casos específicos em países, o papel dos atores (como plataformas e políticos), as iniciativas para combater essas práticas e polêmicas em torno dos caminhos para regular a desinformação.

Leia a pesquisa completa Aqui. 

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