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Ênio Lourenço

jul 4, 2022 | destaques, notícias

Organizações do jornalismo devem pressionar por moderação em português

Ênio Lourenço
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A delatora do Facebook, Frances Haugen, se reuniu nesta segunda-feira à tarde com organizações do jornalismo, em workshop promovido pela Associação Brasileira de Jornalismo Investigativo (Abraji). Haugen voltou a mencionar seu espanto pelo fato de o Brasil ser uma das maiores democracias do mundo e não ter centralidade nos planos de segurança das plataformas digitais.  Como orientação saída da conversa com a ex-funcionária da plataforma, que deu origem ao Facebook Papers , viu-se pertinente uma coalizão entre entidades falantes de português e espanhol, línguas de número expressivo de usuários dessas plataformas, para que pressionem pelos investimentos necessários à criação de mecanismos de moderação voltados para estes idiomas de forma a coibir o discurso violento e a desinformação. Só assim será possível a construção de espaços digitais seguros no contexto eleitoral que se aproxima.

Haugen também ressaltou que cabe aos países, por meio de suas representações oficiais, pressionarem as empresas para obter uma maior transparência de seu funcionamento, não sendo admissível a possibilidade de elas agirem acima do bem público. O Facebook, como foi lembrado, não toma suas decisões por necessidade, mas sim por medo – explicitando a pertinência de estar sob constante vigilância. É fundamental, ficou claro pela discussão, haver transparência para que se saiba como esse ambiente e arquitetura de informação funcionam.

Buscando construir um bom caminho de investigação jornalística, a conferencista e as entidades participantes identificaram alguns problemas que devem ser enfrentados. Entre eles, a distância existente entre os jornalistas e autoridades nacionais e as empresas, dificultado o acesso à informação e o encaminhamento de questões sobre o funcionamento das plataformas.

A dependência de ferramentas de acompanhamento fornecidas pelas próprias empresas a serem monitoradas  também foi apontado como uma questão a ser superada, ainda mais quando algumas delas têm sua existência no futuro posta em dúvida.

 

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