A ONU lançou um órgão para “colocar a inteligência artificial a serviço da humanidade” e fazer com que seus riscos sejam contidos e diminuídos. O anúncio foi feito pelo secretário-geral, António Guterres, e consiste na criação de um grupo consultivo de alto nível e multissetorial, composto por 32 especialistas de várias partes do mundo.
Guterres afirmou que, nos tempos difíceis em que vivemos, a inteligência artificial pode servir para impulsionar “um progresso extraordinário para a humanidade”. Dentre os benefícios possíveis, ele listou previsão e resposta a crises, implementação de programas de saúde pública e educação, ação climática e cumprimento dos 17 Objetivos de Desenvolvimento Sustentável, ODS.
Apesar de considerar este um exemplo das “incríveis possibilidades” da inteligência artificial, Guterres alertou para perigos potenciais.
Dentre os riscos ele destacou aumento da desinformação, consolidação do preconceito e da discriminação, vigilância, invasão de privacidade, fraudes e violações dos direitos humanos.
O secretário-geral ressaltou que o uso malicioso da IA poderia “minar a confiança nas instituições, enfraquecer a coesão social e ameaçar a própria democracia”, além de aprofundar desigualdades e “transformar as divisões digitais em abismos”.