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jan 6, 2022 | destaques, notícias

O poder do cidadão comum sobre as plataformas

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Antenas ligadas no mundo e situações particulares das consequências “reais oficiais” da desinformação e discurso de ódio na vida das pessoas motivaram os três jovens que se juntaram para criar o Sleeping Giants Brasil. O movimento de consumidores engajados em alertar empresas que financiam, muitas vezes sem saber, canais de fake news e discursos de ódio, como se define, foi fundado em maio de 2020. De lá pra cá conseguiu mobilizar 2.644 doadores, acionou 1300 empresas e desmonetizou mais de R$ 23 milhões. Este dinheiro deixou de ir para canais e sites de desinformação a partir de 35 campanhas executadas pelo Sleeping Giants Brasil. 

“A solução para o problema da desinformação e do ódio é coletiva e passa por uma ideia de governança da internet. Todos os atores que estão no ambiente digital têm responsabilidades”, defende Humberto Ribeiro, diretor jurídico e de pesquisas da organização. Ele conversou com o coordenador geral do *desinformante, João Brant para a série #panorama2022. 

 

João Brant – O Sleeping Giants Brasil começou em 2020, mas muito rapidamente adquiriu tração e impacto no combate à desinformação e ao discurso de ódio na internet. Qual foi a inquietude que mobilizou vocês, aquela decisão de falar: “cara, precisamos fazer isso agora”, de onde veio?

Humberto Ribeiro: No dia que nós vimos uma reportagem do El País que dava conta de um movimento que havia surgido nos Estados Unidos e que havia desestruturado o Breitbart News, do Steve Bannon. E no dia que aquela notícia foi divulgada, várias pessoas tiveram a iniciativa de tentar produzir páginas para reproduzir o que estava acontecendo nos Estados Unidos. O Leonardo e a Mayara foram algumas dessas pessoas. Nós três àquele tempo estávamos pesquisando a desinformação e o discurso de ódio. O Leonardo e a Mayara tinham viam familiares reproduzindo informações falsas, uma específica de que a Marielle Franco (vereadora assassinada no Rio de Janeiro) seria traficante, enfim, tinha envolvimento com grupos criminosos. E, paralelamente, eu, ainda sem conhecer o Leonardo e a Mayara – nós nos conhecemos por conta do Sleeping Giants – enfrentava a mesma questão dentro da minha casa. O meu pai, que era um homem relativamente moderado, foi consumindo e adentrando em um mundo de informações no Youtube e no WhatsApp, que foram o levando a um patamar de descrença absoluta nas instituições da República, de desconfiança do pleito eleitoral, e questionamentos relativos à própria validade da ciência. Então meu pai começou a ir para um caminho de terraplanismo, ele é hoje terraplanista. E essas questões foram me incomodando muito pessoalmente. E eu comecei a pesquisar desinformação, eu já pesquisava um pouco sobre propaganda nazista quando fazia História na UFMG, e eu comecei a pesquisar um pouco sobre desinformação no contexto brasileiro atual. A inquietude deriva muito do fato de eu perceber o impacto da desinformação e dos discursos inflamatórios no meu ambiente familiar. Eu sou LGBT e meu pai sempre teve um posicionamento muito tranquilo a respeito da minha sexualidade até que, durante o último pleito, em 2018, ele começou a adotar um discurso que me pareceu muito estranho, eu não conseguia entender muito bem por que ele estava mudando a forma de encarar a minha sexualidade, e de repente eu me dei conta de que, na verdade, toda essa LGBTfobia do meu pai estava escondida em algum lugar, e que esses discursos inflamatórios fizeram com que essa LGBTfobia florescesse. Isso me levou a desejar e a iniciar esse trabalho, o impacto que a desinformação e o ódio tiveram nas minhas relações familiares, nos meus diálogos com o meu pai especificamente. 

João Brant – E vocês adotaram uma metodologia que vinha surtindo efeito fora, mas tiveram que adaptar para o contexto brasileiro. A ideia de você buscar afetar quem está patrocinando, comprometer as empresas patrocinadoras mostrando, denunciando, a partir de campanhas, alguns casos mais potentes de desinformação, de discurso de ódio. Como você avalia essa metodologia, essa tática?  

Humberto Ribeiro: Eu acho que uma peculiaridade do surgimento do Sleeping Giants no Brasil é o fato de que, muito rapidamente, diferente de outros países, nós percebemos que a desinformação e o ódio eram encarados como um problema para o empresariado brasileiro. Em razão dessa percepção, nós desenvolvemos uma metodologia de tentar uma comunicação bem leve, de não atacar as empresas, de tentar se engajar com as empresas com uma linguagem positiva. Tentamos fazer trocadilhos legais com a marca e o slogan da empresa com o objetivo de não atacar a reputação da marca por entendermos que, de forma geral, o serviço de publicidade programática distribui anúncios de maneira absolutamente caótica. Embora as detentoras desse serviço de publicidade programática digam que as empresas têm conhecimento do que elas estão fazendo, de que elas estão preocupadas com a reputação da marca, na verdade, elas não sabem o que elas estão fazendo e estão distribuindo anúncios para toda sorte de sites, se dando conta e não se importando com isso, que elas estão associando as marcas a esse tipo de conteúdo. Essa percepção de que o empresariado se preocupa com o fenômeno da desinformação se tornou mais clara nesse ano em que vimos iniciativas como um grupo de empresários que, no início do ano, soltou uma carta dizendo que acreditava no sistema de votação, quando a reputação das urnas eletrônicas estava sendo sistematicamente atacada. 

Em seguida, um outro grupo de empresários, liderados pelo Paulo Skaf (Fiesp), se posicionou nesse sentido, dizendo que acreditava que os ataques excessivos às instituições da República deveriam ser contidos. Nós percebemos que esse tipo de discurso assusta o empresariado porque ele coloca em risco a institucionalidade, a segurança jurídica e essa instabilidade impede o empresário de fazer previsões e os investidores não conseguem fazer cálculos básicos de previsibilidade para seus investimentos. E a consequência natural disso é uma fuga inerente de capitais. 

Nós conseguimos perceber que a desinformação e o ódio se tornaram para as empresas um problema que assombra a democracia brasileira e que mina a reputação das instituições e do mercado brasileiro perante o mercado internacional. 

Esta preocupação está conjugada ao fato de que as principais empresas brasileiras são signatárias de documentos internacionais de responsabilidade empresarial, como o Pacto Global das Nações Unidas, ou então possuem investidores que são signatários de documentos de investimentos responsáveis. 

E logo no quinto mês nós fizemos uma grande campanha, que foi a campanha Bloqueia PagSeguro, em que nós pedíamos a PagSeguro para se desassociar do conteúdo do Olavo de Carvalho, com base no fato de que os investidores da PagSeguro eram signatários de um pacto de responsabilidade nos investimentos e também fizemos a mesma coisa com a PayPal, mais nos bastidores. E muito rapidamente nós percebemos que essas empresas estavam preocupadas com o fato de sua imagem estar associada aos ataques sistemáticos às instituições da República. E tivemos resultados muito positivos no quinto, sexto mês. 

Acho que a inovação do movimento no Brasil foi o fato de nós lidarmos com as empresas não enquanto inimigas, associadas propositalmente ao discurso de ódio, mas enquanto potenciais aliadas que poderíamos trazer para junto do debate. Apontando que elas não eram partícipes desse movimento de desinformação e ódio, mas vítimas. 

João Brant – Há uma avaliação de que a desinformação é um problema multicausal, mas ao mesmo tempo esse discurso pode tornar difícil identificar qual a ênfase que cada um está vendo. Quais são as principais causas desse aumento da desinformação nesse grau? Onde estão os nós críticos que precisam ser enfrentados? 

Humberto Ribeiro: Eu penso em duas questões: a primeira diz respeito ao meio e a segunda diz respeito aos objetivos. Começando pela primeira, a desinformação é um fenômeno que existe há séculos e que foi reproduzido enquanto tática política em diversas ocasiões, por governos autocratas, principalmente. Na década de 1990, quando a internet agrega o público, nós  democratas percebemos esse movimento com um entusiasmo muito grande porque a internet promoveria uma radicalização da democracia, a participação direta da sociedade nas decisões políticas, na forma como a democracia havia sido originalmente sistematizada. Mas com o tempo, começamos a perceber que os novos meios de comunicação trouxeram problemas, assim como todas as outras revoluções das comunicações trouxeram. O cinema e o rádio, quando surgiram, foram instrumentos utilizados de forma sistemática para a produção de desinformação e propagandas políticas que, no limite, possibilitaram a existência do Terceiro Reich. O cinema e o rádio foram as principais máquinas de desinformação do nazismo. O surgimento da televisão da mesma forma. Mas a internet tem uma inovação que talvez só pode ser comparada ao surgimento da máquina de Gutenberg, que foi a primeira grande inovação das comunicações e coincide com o surgimento da imprensa. Porque a internet amplia de uma forma descomunal a quantidade de atores com capacidade de falar. E esse emaranhado de pessoas produzindo e compartilhando informação a todo tempo está no centro do problema da desinformação no nosso século. Porque a desinformação não vem de um emissor específico, mas ainda que venha, ela é impulsionada por uma série de pessoas que estão reproduzindo aquele conteúdo. Então o problema da desinformação ressurge, como sempre ressurgiu em inovações de comunicação, mas ele ressurge nesse século baseado nessa comunicação de massa da internet, que permite que todos sejam emissores de opinião e produtores de informação. O meio se alterou e permite novas estratégias de desinformação que os meios tradicionais de contenção de danos já não conseguem dar conta. A gente não tem condição de vigiar e punir todo mundo que está inserido no ambiente digital, então tem essa questão de que a ferramenta alterou a forma como a desinformação e o ódio acontecem. A segunda questão diz respeito aos objetivos, aos atores dispostos a se utilizar dessas ferramentas de desinformação com o objetivo de fazer política. A gente vive no Brasil um momento em que alguns grupos se dedicam a utilizar ferramentas que dissolvem a coesão social do Estado, porque eles sabem que se utilizando dessas ferramentas eles conseguirão dividir a nossa sociedade e conquistar parcela desses grupos. 

João Brant: Queria começar a falar agora das saídas possíveis, de como enfrentar esse problema. A gente vê, muitas vezes, o combate à desinformação ser tratado como se fosse uma questão de desinformação versus a liberdade de expressão. Quais são as saídas possíveis para a desinformação e, dentro dessa discussão das saídas, como se dá a questão do conflito entre desinformação e outros direitos. 

Humberto Ribeiro: Nós vemos como solução para o problema da desinformação e do ódio uma solução coletiva que passe por uma ideia de governança da internet, é uma solução que foge do convencional. Nós estamos muito menos focados, embora achemos necessário, na regulação estatal do problema e mais focados no papel que cada ator pode desenvolver. Pensamos que a sociedade civil tem um papel central de fazer campanhas de pressão pública sobre a plataforma, sobre empresas que sejam eventualmente vinculadas, sobre a imprensa também para que a imprensa tenha um comportamento responsável, bem como o Estado. A gente pensa muito na solução para a desinformação enquanto um problema cuja solução deriva da ação de vários atores. Se a internet permite que vários atores façam parte do debate público e se as empresas hoje não são mais meras empresas, mas  se tornam comunicadores de fato… Você vê a Magazine Luiza, nas redes sociais a Magazine Luiza é a Magalu e a Magalu conversa com as pessoas, interage com os influenciadores, defende pautas de direitos humanos, a comunidade negra, defende a comunidade LGBT, então ela é uma comunicadora, faz parte do debate público em diversas ações e circunstâncias. E todas as outras empresas têm caminhado para esse papel. Se todos os atores hoje fazem parte do ambiente informacional, hoje todos têm responsabilidades também para combater esse problema. As empresas têm um papel de serem responsáveis com a destinação de suas verbas publicitárias, com o conteúdo que elas estão permitindo processar, principalmente se forem conteúdos que coloquem em risco a estabilidade institucional do país. A sociedade civil tem um papel importante de fazer campanhas de pressão pública, conscientizar a população, enfim, de ativista efetivamente. A imprensa tem um papel central.  Se você quer saber sobre o ataque ao site do Ministério da Saúde e você vai no site de desinformação não tem paywall. Mas se você abrir a Folha de São Paulo, tem paywall. Então a desinformação é acessível ao passo que a informação de qualidade é paga em muitos casos. E embora as empresas tradicionais tenham dito que elas retiram o paywall de temas relevantes, a verdade é que tem muitos temas de relevância nacional com essa barreira. 

Quando nós iniciamos esse trabalho de fazer pressão pública sobre anunciantes, se construiu um discurso de que o Sleeping Giants estaria violando a liberdade de expressão das pessoas que estavam sendo desmonetizadas. Mas a questão é que nós nunca movemos um processo para retirar ninguém do ar. Quando nós agimos pedindo para que as empresas de dissociem de um determinado conteúdo, o conteúdo continua no ar, nós estamos apenas pedindo para que a empresa, no bojo de sua liberdade negocial, diga se ela concorda ou não, se ela deseja ou não estar associada àquele conteúdo. 

Portanto, se trata do exercício da nossa liberdade de expressão como forma de enfrentar aqueles discursos e aqueles conteúdos que nós consideramos desinformativos, a partir de várias análises com base na imprensa, na academia, em inquéritos judiciais, levamos tudo isso em consideração antes de desenvolver uma campanha. A partir do momento em que o ambiente informacional está lotado de informações de baixa qualidade e que qualquer iniciativa que venha a combater esses problemas forem taxadas de iniciativas que violam a liberdade de expressão, nenhum conteúdo pode ser questionado, criticado e nenhuma empresa pode se desassociar de nenhum conteúdo, as pessoas estariam obrigadas a conviver com um ambiente informacional caótico. Foge até do próprio conceito de liberdade de expressão, seria uma liberdade para desinformar, atacar grupos minoritários, fazer propagandas inflamatórias, enfim, isso não faz parte do nosso sistema legal. 

João Brant –  Eu queria entrar em 2022, e aí tanto um olhar de perspectivas como sobre o que vocês estão planejando. 

Humberto Ribeiro –  Então, nós temos percebido um pouco que o que já está acontecendo é uma reciclagem de desinformações antigas e a criação de novas contas automatizadas, são duas questões que têm nos chamado um pouco a atenção. A gente tem percebido que conteúdos como aquele da Manuela D’Ávila com a blusa ´Jesus é travesti´ voltaram a circular, são conteúdos antigos que não demandam nenhuma produção nova. A gente tem percebido que principalmente contas da extrema-direita, mas também algumas contas de progressistas estão passando por esse fenômeno. Aliás, são contas claramente automatizadas, com números nos logins, a foto de perfil são letras, estão sendo criadas e estão seguindo figuras públicas, muito mais intensamente à extrema-direita, mas também contas da esquerda. Nós acreditamos, embora não saibamos, que se trate de empresas privadas que estão tentando criar fazendas de bots para vender serviços de impulsionamento para essas candidaturas no ano que vem. Isso já aconteceu em outros momentos. Nas eleições do ano passado, teve um momento em que começaram a surgir várias contas automatizadas e depois elas foram se convertendo em apoios a candidatos a prefeitos. Nós já estamos desenvolvendo uma estratégia de denúncia em massa dessas contas que estão surgindo e já conseguimos derrubar várias. Agora, quanto ao problema da desinformação em si, o que nós percebemos é que existe um esvaziamento dos grupos de WhatsApp bolsonaristas. Eles dizem para as pessoas migrarem para o Telegram e vão falando: “vamos desativar esse grupo em X dias”.  A gente sabe que o Telegram não tem representação no Brasil, a Justiça não consegue  derrubar conteúdos que circulam no aplicativo. A desinformação no Telegram hoje nos parece que é o grande desafio para 2022. A usina de desinformação certamente vai ser reativada porque essa produção em massa, coordenada, com base em dados e distribuída para grupos segmentados no WhatsApp, ela tinha dado uma diminuída nos últimos dois anos. A gente acredita que neste momento existem grupos que estão pesquisando e produzindo mensagens para que no ano que vem esses conteúdos sejam disparados e causem aquele tumulto, aquela desordem que a gente não consegue acompanhar, não consegue enfrentar nem  contra-argumentar. Por outro lado, existem várias  iniciativas que estão se preparando para ano que vem produzir contranarrativa, disparar conteúdos, ter um sistema de resposta rápida. O próprio TSE está com um programa permanente de combate à desinformação, com  objetivo de identificar a desinformação em três minutos, checar em três minutos, distribuir em três minutos, totalizando nove minutos, o que eu achei muito ousado. São iniciativas muito legais que nos fazem ter uma esperança de que ano que vem a gente vai conseguir lidar com esse fenômeno. E o Sleeping Giants hoje tem algumas iniciativas nesse sentido. 

João Brant : Quais delas você pode falar para a gente? 

Humberto Ribeiro: Nós temos hoje uma base de dados  considerável, entre pessoas que assinaram a campanha Bloqueia PagSeguro, que foram mais de 500 mil assinaturas, a base de dados do Catarse, base de dados da nossa newsletter, enfim, o mailing que nós fizemos assim que o Leonardo e a Mayara revelaram a identidade deles. E nós estamos criando uma rede no WhatsApp, cujo objetivo é a gente produzir conteúdo a partir do mapeamento de pautas que serão objeto de desinformação e pegando pautas antigas também. Para que essa contranarrativa já esteja mais ou menos pronta para que a gente distribua através do WhatsApp e as pessoas tentem viralizar nos seus grupos familiares. Outra iniciativa que queremos publicar até o meio do ano que vem é uma pesquisa que estamos desenvolvendo junto com o NetLab da UFRJ e com outros parceiros que estamos contactando, Rede Nacional de Combate à Desinformação, FGV. Vamos fazer uma relação de sites apontados como desinformativos por estes parceiros e distribuir essa lista para todo o empresariado para que o empresariado consiga, com um clique, desmonetizar todo o ecossistema desinformativo. A gente vai entregar até mil URLs, vamos tentar alcançar a cabeça dessa produção da desinformação. E uma terceira iniciativa, que está em estruturação, que é de denúncia em massa. Nós contatamos uma pessoa que há muito anos tem esse trabalho de organizar grupos nas redes sociais para fazer denúncias de conteúdos. Ela derruba desinformação e contas que estão produzindo desinformação numa velocidade incrível. A gente até acha que as redes sociais já a vêem como uma pessoa que faz denúncias consistentes porque realmente é muito rápido. Ela organiza grupos, faz denúncia e já está funcionando muito bem. A gente está dando estrutura para ela e tentando ajudá-la a organizar esses grupos para que ela tenha capacidade humana para trabalhar no ano que vem. 

 

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