Nove em cada dez adolescentes e jovens mulheres brasileiras ouvidas em pesquisa da Plan International disseram que as fake news tiveram impacto negativo sobre elas. Mais da metade (54%) se sentiu triste, deprimida, estressada, preocupada ou ansiosa a partir do contato com notícias falsas. E 25% se sentiram fisicamente inseguras com desinformação online.
O estudo Verdades e Mentiras – As meninas na era da desinformação e das fake news, realizado pela organização Plan International, ouviu 26 mil adolescentes e jovens mulheres de 15 a 24 anos em 26 países, mil delas no Brasil.
Das entrevistadas no país, 97% se disseram preocupadas com as fake news, percentual maior que a média global de 91%. Os temas mais apontados em que identificaram notícias falsas foram: Covid 19 (72%), seguido de política e eleições (61%).
O impacto da pandemia do novo coronavírus se desdobrou em dois aspectos graves: as notícias falsas sobre o vírus, vacina e tratamentos se multiplicaram e as medidas de distanciamento social forçaram crianças e jovens a passarem muitas horas online, aumentando sua exposição à desinformação.
Um terço das entrevistadas nesta pesquisa, por exemplo, disseram passar mais de 12 horas conectadas. Apenas 1% passou menos de uma hora diária na internet.
WhatsApp é destaque negativo no Brasil
Um dos achados da pesquisa é que o Facebook é a plataforma de mídia social que as meninas acreditam ter mais informações falsas e fake news, selecionada por 65% das entrevistadas. No Brasil, o WhatsApp está logo atrás, com 61% – bem acima da média mundial, de 27%.
Os resultados brasileiros foram considerados “devastadores” pela diretora da Plan International no Brasil, Cynthia Betti, com impactos no desenvolvimento e na saúde mental das meninas e jovens mulheres.
“A internet pode desvendar um universo de possibilidades e aprendizagem mas é preciso garantir a inclusão e a alfabetização digital”, afirmou. Depois da divulgação da pesquisa, a Plan International propôs uma petição global para que os governos incluam a alfabetização digital no currículo das escolas. Acesse o link para assinar o abaixo-assinado: plan.org.br/abaixo-assinado.