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mar 28, 2024 | Destaques, Notícias

Meta falha em conter conteúdos transfóbicos, aponta relatório

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O mais recente relatório da GLAAD, organização internacional de proteção à população LBGTQIAP+, mostrou que a Meta ainda falha em conter conteúdos transfóbicos no Facebook, Instagram e Threads. De acordo com o estudo, postagens que ferem claramente as políticas das redes não foram retiradas, mesmo após denúncias da organização.

Algumas das postagens na lingua inglesa identificadas pelo levantamento utilizavam termos pejorativos para se referir e atacar as pessoas transgêneros. Conteúdos traziam, por exemplo, a palavra “demônio” ou tentavam relacionar essa população a práticas “satânicas”, com o objetivo de desumanizar esses indivíduos. Ambos os casos são considerados proibidos pelas próprias regras da Meta.

“As políticas de discurso de ódio das principais plataformas de redes sociais (incluindo a Meta) proíbem o discurso desumanizador porque pode ser um precursor perigoso da perpetração de violência no mundo real contra grupos historicamente marginalizados”, trouxe o documento.

Além disso, conteúdos que chamam pessoas trans de terroristas, de pervertidas ou que as relacionam com doenças mentais foram mapeados pela organização. As três práticas também se enquadram em discursos que desumanizam, proibidos pelas políticas contra discurso de ódio. Pedidos de erradicação e chamados de violência a essa parte da população também foram algumas das postagens achadas pela organização.

As postagens identificadas foram denunciadas às plataformas da Meta. Quando houve resposta, as redes afirmaram que os conteúdos não feriam suas políticas e nem sequer removeram as mensagens de ódio. Em agosto do ano passado, uma outra organização internacional, a Internews, também evidenciou a falta de ação da bigtech, afirmando que a empresa ignora as denúncias de conteúdo perigoso.

Vale lembrar també que, em janeiro deste ano, o Comitê de Supervisão da Meta (também chamado de Oversight Board), anulou uma decisão da empresa de deixar ativa uma publicação no Facebook na qual um usuário se dirigia a pessoas transgênero com discurso violento, incitando que membros desse grupo cometessem suicídio

“Caracterizadas por fomentar o medo, mentiras, teorias da conspiração, tropos desumanizantes e retórica violenta, essas postagens – muitas delas de contas com muitos seguidores – visam aumentar o engajamento, gerar receita e semear narrativas de ódio sobre trans, não-binários e não-conformes de gênero”, concluiu o mapeamento da GLAAD.

A organização alertou ainda para as recentes demissões de equipes de segurança da empresa, que investe cada vez mais sistemas de IA para moderação de conteúdo. “Essas contas lucram com esse ódio, assim como a Meta e seus acionistas. Entretanto, as pessoas LGBTQ e outros grupos-alvo enfrentam um número crescente de danos bem documentados no mundo real , decorrentes destas campanhas de propaganda anti-LGBTQ de longo prazo”.O estudo veio nove meses após a organização lançar uma carta aberta à Meta e a outras plataformas digitais, pedindo que as empresas lidem com o fluxo de ódio digital à comunidade trans. O documento – assinado por estrelas da música pop e do cinema, como Ariana Grande e Elliot Page – pede que as empresas atuem diretamente para impedir a circulação de conteúdos desinformativos e odiosos contra a população LGBTQIAP+.

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