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jun 30, 2023 | destaques, notícias

Sob pressão legal, Meta começa a abrir funcionamento do algoritmo

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O grupo Meta divulgou, nesta quinta-feira (29), o que os seus algoritmos levam em conta na hora de decidir o que aparece e o que não aparece para o usuário ao utilizar o Facebook e o Instagram. O anúncio veio seis meses antes da obrigação legal imposta pela Lei de Serviços Digitais da União Europeia (DSA) que destaca a necessidade de transparência sobre como os sistemas funcionam e acesso a dados para pesquisadores. No entanto, no comunicado oficial, a Meta não cita essa condição a que estará sujeita.

“De um modo geral, acreditamos que, à medida que essas tecnologias são desenvolvidas, as empresas devem ser mais claras sobre como seus sistemas funcionam e colaborar abertamente com a indústria, o governo e a sociedade civil para garantir que eles sejam desenvolvidos de forma responsável. Isso começa dando a você mais informações e controle sobre o conteúdo que vê”, escreveu Nick Clegg, presidente de Assuntos Globais da Meta, no blog da empresa.  

Para explicar como esse processo funciona, a empresa lançou 22 “cartões de sistema” com informações sobre as classificações feitas pela inteligência artificial e o que é levado em consideração para que ela determine o que pode ser mais relevante para o usuário. Além disso, a Meta também incluiu conteúdo sobre como os usuários podem controlar sua própria experiência dentro da rede.

Feed do Facebook

De acordo com a Meta, o feed do Facebook é classificado primeiro a partir de uma reunião de todas as publicações em potencial que são compartilhadas pelos amigos, pelas páginas ou grupos que o usuário participa. Em seguida, o sistema de IA analisa sinais sobre cada publicação.

São alguns deles:

  • Qual a previsão de tempo que você passará olhando para uma publicação
  • Qual a probabilidade de passar por publicação sem interagir com ela
  • Características da publicação, por exemplo, se é um vídeo, se tem uma foto ou se é uma publicação de um amigo
  • O tempo previsto que você passará vendo conteúdo de foto
  • Qual é a probabilidade de você interagir com uma Página
  • Qual é a probabilidade de você visualizar comentários adicionais em uma publicação
  • Qual é a probabilidade de ver uma foto novamente depois de clicar nela
  • Quantas pessoas clicaram na foto novamente depois de clicar nela
  • Qual é a probabilidade de você interagir com um grupo ou com uma publicação desse grupo
  • Qual é a probabilidade de você clicar para ver os comentários em uma publicação que curtiu
  • Qual é a probabilidade de você interagir com um grupo com base na probabilidade de pesquisar, sair, ocultar ou denunciar um grupo
  • Quantos comentários são previstos que uma publicação receberá se você comentar nela

Todas essas métricas, explica a empresa, são medidas pelas ações anteriores do usuário em relação aos conteúdos. Ou seja, quanto tempo passa em determinada página, qual conteúdo já comentou, qual temática já ocultou, por exemplo. “ Um modelo leve é executado para selecionar aproximadamente 500 publicações mais relevantes. O sistema também aplica determinados processos de integridade para ajudar a reduzir a distribuição de conteúdo problemático”, pontua a Meta sobre essa avaliação do algoritmo.

Depois de analisar as métricas, o sistema faz previsões sobre o que seria considerado mais valioso e calcula a relevância por meio de uma pontuação. “As publicações que o sistema prevê que agregarão mais valor aparecerão primeiro no Feed. O sistema também tenta garantir que o Feed tenha uma mistura equilibrada de tipos de conteúdo. Isso significa, por exemplo, que você não deve ver várias publicações de vídeo seguidas, mas sim uma variedade de tipos de publicação”, destacou a empresa.

O comunicado da empresa também destaca como é feita a curadoria dos conteúdos em grupos, vídeos, nos campos de pesquisa, sugestões de páginas e sugestões de grupos.

Instagram

No feed do Instagram, a Meta utiliza o mesmo passo a passo para selecionar a ordem de publicações, mas a IA utiliza outros sinais para fazer a sua análise e previsão, são eles:

  • Qual é a probabilidade de você clicar no perfil do autor de uma publicação
  • Qual é a probabilidade de você compartilhar conteúdo por uma plataforma externa usando as opções Copiar link ou Compartilhar
  • Qual é a probabilidade de você passar pouco tempo vendo uma publicação, sem interagir com ela
  • Qual é a probabilidade de você ver as cinco principais publicações no seu feed
  • Quanto tempo você passará vendo conteúdo no seu feed abaixo do que é apresentado na posição superior
  • Qual é a probabilidade de você recompartilhar uma publicação
  • Se você clicará ou não para curtir um comentário em uma publicação
  • Qual é a probabilidade de você comentar uma publicação
  • Quantas vezes você curtiu publicações do autor no seu feed
  • Se você clicará ou não para curtir uma publicação
  • Qual é a probabilidade de você passar mais de um segundo vendo uma foto ou mais de três segundos assistindo a um vídeo

Para avaliar esses sinais, são analisadas questões como se o usuário já interagiu com o autor da publicação, se já compartilhou algo semelhante, se atualizou ou o feed e quanto tempo passou vendo determinada publicação, por exemplo.

“Como pode imaginar, nenhuma previsão é única ou um indicador perfeito de se um post é útil para você. Por isso, usamos uma ampla variedade de previsões combinadas para chegar o mais próximo possível do conteúdo ideal, incluindo algumas baseadas em comportamentos e outras baseadas no feedback de usuários que recebemos em pesquisas”, falou Clegg no comunicado.

Todos os sinais, de um modo ou outro, reforçam a lógica de que os algoritmos atuam na economia da atenção, ou seja, promovendo conteúdos que vão deixar o usuário cada vez mais engajado na plataforma.

A empresa também elencou quais são os mecanismos que o usuário pode acionar para acessar um feed cronológico, ou seja, em que o que determina é o tempo de publicação e não a classificação do algoritmo. 

Acesso a dados

No comunicado, a Meta também divulgou que vai lançar um conjunto novo de ferramentas para os pesquisadores. “A Biblioteca inclui dados de publicações, páginas, grupos e eventos públicos no Facebook. Para o Instagram, incluirá publicações públicas e informações relacionadas a contas de criadores e empresas. Os dados da Biblioteca podem ser pesquisados, explorados e filtrados em uma interface gráfica do usuário ou por meio de uma API programática”, divulgou a empresa.

O acesso, no entanto, não será irrestrito, ele será feito por meio da aprovação de parceiros da Meta, como o Consórcio Interuniversitário para Pesquisa Política e Social da Universidade de Michigan. “Esperamos que, ao apresentar esses produtos aos pesquisadores no início do processo de desenvolvimento, possamos receber feedbacks construtivos para garantir que estamos construindo as melhores ferramentas possíveis para atender às necessidades dos nossos usuários”, disse a Meta. 

O compartilhamento de dados com pesquisadores também é uma exigência formal da União Europeia com a legislação que entrará em vigor no início de 2024.

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