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out 16, 2023 | destaques, notícias

Veja medidas anunciadas pelas plataformas para combater a desinformação sobre a guerra

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Criação de centros de operações especiais, moderação de conteúdo em hebraico e árabe e cooperação com agências de checagem. Essas foram algumas das ações descritas pela Meta e TikTok, neste final de semana, para conter a desinformação e o discurso de ódio, sobre a guerra entre Israel e Hamas, que vem inundando a Internet desde o início do conflito. Ainda não é possível avaliar se as medidas serão eficazes para conter o fluxo desinformativo sobre o conflito.

O anúncio veio após o comissário da União Europeia, Thierry Breton, pressionar publicamente outra rede social, o Twitter/X, para que ela siga a legislação do bloco econômico e combata as informações falsas sobre a guerra. “Temos indicadores que sua plataforma está sendo usada para espalhar conteúdos ilegais e desinformação”, afirmou Breton em carta endereçada a Elon Musk.

Separamos abaixo as principais ações descritas publicamente pelas plataformas para conter a desinformação e o discurso de ódio relacionados à guerra entre Israel e Hamas.

Meta diz que removeu conteúdo violento 

A empresa de Mark Zuckerberg afirmou, em comunicado publicado na última sexta-feira (13), que removeu mais de 700 mil conteúdos em hebraico e árabe que violaram seis políticas internas das plataformas – como a de discurso de ódio, de incitamento à violência e de conteúdos violentos – nos três primeiros dias da guerra após o 7 de outubro.

A Meta também disse que estabeleceu um centro de operações especiais com especialistas, incluindo falantes fluentes de hebraico e árabe, para monitorar de perto e responder em tempo real à situação que evolui rapidamente. “Desde os ataques terroristas do Hamas contra Israel, no sábado, e a resposta de Israel em Gaza, equipes de especialistas de toda nossa empresa têm trabalhado 24 horas por dia para monitorar nossas plataformas”, afirmou a big tech na nota.

Além disso, a corporação reconheceu o Hamas como uma organização terrorista, incluindo-o na política de Organizações e Indivíduos Perigosos. Dessa forma, a empresa declarou ter banido a organização das plataformas e removido os elogios e apoios compartilhados pelos usuários. Apesar disso, o compartilhamento de reportagens, questões relacionadas aos direitos humanos e debates acadêmicos ainda serão permitidos.

Sobre desinformação, a Meta disse que está trabalhando com agências terceirizadas de checagem de informações na região que realizam a cobertura tanto em árabe como hebreu. “Quando eles classificam algo como falso, nós movemos esse conteúdo para baixo do feed para que menos pessoas vejam”, informou a empresa.

A empresa também afirmou que está facilitando a identificação e a classificação de informações para checadores, usando detecção de palavras-chave para centralizar conteúdos relacionados à temática. Rótulos de advertência em conteúdos classificados como falsos e limitação de encaminhamento de mensagens também foram algumas das iniciativas descritas.

TikTok informa reforço na moderação de conteúdo e exclusão de mídia sintética falsa

Semelhante à Meta, a plataforma chinesa também comunicou a criação de um centro de comando para tratar especificamente sobre o assunto, com a participação da equipe global de segurança. Além disso, a empresa afirmou ter reforçado a equipe humana de moderação, adicionando moderadores fluentes em árabe e hebraico para revisar conteúdos relacionados aos eventos do Oriente Médio.

De acordo com o TikTok, desde o dia 7 de outubro, cerca de 500 mil vídeos foram removidos e 8 mil transmissões ao vivo foram encerradas nas regiões afetadas por violarem as diretrizes da comunidade. “Removemos conteúdos que apoiam os ataques ou zombam das vítimas afetadas pela violência. Se for publicado conteúdo representando uma pessoa feita de refém, faremos tudo o que estiver ao nosso alcance para proteger a dignidade e remover o conteúdo”, pontuou a rede.

Mudanças nas políticas por causa da guerra também foram detalhadas pela empresa, que informou ter adicionado restrições extras à elegibilidade das transmissões ao vivo, sem entrar em mais detalhes. Além disso, a plataforma de vídeos afirmou estar trabalhando para excluir mídias sintéticas que tenham sido editadas de forma a enganar a comunidade online sobre os eventos do conflito.

“Em breve, lançaremos lembretes na pesquisa de determinadas palavras-chave em hebraico, árabe e inglês para incentivar nossa comunidade a estar ciente de possíveis informações incorretas, consultar fontes confiáveis ​​e lembrá-los de nossos recursos de bem-estar no aplicativo, se precisarem. eles”, prometeu o TikTok.

Twitter informa que removeu “dezenas de milhares de conteúdos”  

Após uma breve troca de farpas entre Elon Musk e Thierry Breton, a diretora-executiva do Twitter (ou novo X), Linda Yaccarino, respondeu à carta pública do comissário europeu, na quinta-feira (12), afirmando que a plataforma removeu “dezenas de milhares de conteúdos” sobre a guerra no Oriente Médio e que está aplicando as diretrizes contra discurso de ódio e ataques de violência.

Três dias após os ataques do dia 7, o Twitter já havia anunciado medidas de segurança tomadas por conta do aumento de conteúdos sobre o conflito. A plataforma disse que atualizou a Política de Interesse Público para entregar aos usuários conteúdos que sejam importantes para a população, mesmo que eles desafiem as regras da comunidade. Sob a nova política, as postagens de uma “conta de alto perfil” contam como postagens de interesse geral. Porém, não há detalhes sobre o que a rede entende como “alto perfil”.

A bigtech também disse que foram tomadas medidas conforme a Política de Entidades Violentas e de Ódio para a remoção de contas recém-criadas supostamente afiliadas ao Hamas. “Nossas equipes reagiram a dezenas de milhares de postagens por compartilhamento de mídia gráfica, discurso violento e conduta de ódio”.

Porém, um mapeamento produzido pelo Aos Fatos mostrou que desinformação sobre o tema ainda repercute na rede mesmo com o posicionamento. Entre o dia 7 e 10 deste mês, o veículo identificou 500 postagens mais recomendadas que usaram quatro hashtags relacionadas ao conflito (#Israel, #Hamas, #Palestina e #Guerra) publicadas no Brasil. Desse montante, 26 delas traziam informações já desmentidas do conflito e 86 postagens levantavam dados que não são passíveis de checagem ou que usavam tom alarmista.

Entre os posts mais populares, 20 disseminam alarde sobre a suposta morte de 40 bebês no kibutz de Kfar Aza após os ataques do Hamas. Divulgada primeiramente pela repórter Nicole Zedeck, do canal de televisão israelense i24News, a informação foi replicada pela conta oficial do governo de Israel no X e chegou a ficar entre os assuntos mais comentados na tarde da terça-feira, 10 de outubro.

Youtube também removeu conteúdos

Em e-mail, a assessoria do Youtube respondeu que, após os ataques, removeu “dezenas de milhares de vídeos perigosos” e encerraram “centenas de canais”. Além disso, a plataforma afirmou que “ao mesmo tempo, nossos sistemas continuam a conectar as pessoas com notícias e informações de qualidade. Nossas equipes estão trabalhando 24 horas por dia para monitorar filmagens sensíveis e permanecem vigilantes para agir rapidamente, se necessário, em todos os tipos de conteúdo, incluindo Shorts e transmissões ao vivo.”

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