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Fauxels para Pexels

abr 12, 2022 | destaques, notícias

LinkedIn: perfis falsos e alvo de monitoramento nos EUA

Fauxels para Pexels
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O LinkedIn, rede voltada a comunidades profissionais de propriedade da Microsoft, esteve envolvido em uma variedade de polêmicas nas últimas semanas. Uma investigação da National Public Radio (NPR) em associação com a Universidade de Stanford revelou que milhares de perfis falsos, usando fotos geradas por inteligência artificial (IA), estavam vendendo produtos para usuários. Nos Estados Unidos, o Comitê Nacional Democrático decidiu incluir a plataforma no monitoramento de desempenho quanto às regras contra conteúdo falso ou enganoso. O mais recente relatório de transparência divulgado pela empresa tem mais de seis meses, segundo apurou o *desinformante. 

O LinkedIn foi a última grande plataforma adicionada na lista de monitoramento norte-americano, que já contava com Facebook, Instagram, YouTube, Twitter, TikTok, Reddit e Snapchat. Os democratas estão pressionando as plataformas para “assumirem a responsabilidade pela qualidade da informação em seus sites”, diz matéria do  Washington Post

O LinkedIn é raramente pressionado na mesma linha das outras plataformas devido a seu foco em carreira e setor comercial. As autoridades democratas defendem que a plataforma merece ser analisada com escrutínio, particularmente quando se trata de desinformação. Estudos já mostraram como a plataforma é uma fonte substancial de notícias para os adultos, principalmente no Estados Unidos, onde tem seu maior mercado.

Perfis falsos para aumentar lucros

A investigação da NPR serve para comprovar essa teoria dos democratas. Pesquisadores descobriram mais de 1000 perfis no LinkedIn que parecem ter rostos gerados por IA. Essas deepfakes, como são conhecidas, foram utilizadas para aumentar as vendas de empresas de grande e pequeno porte. As empresas burlavam as regras da plataforma para criar uma ampla rede de perfis online que superavam os limites de mensagem estabelecidos pelo LinkedIn e beneficiavam-se de não sobrecarregarem suas próprias equipes de vendas. Segundo a reportagem, mais de 70 empresas foram responsáveis pela criação destes perfis falsos. Porém várias se defenderam alegando que teriam contratado comerciantes para ajudar nas vendas. 

Essas fotos de perfis no LinkedIn geradas por computador mostram como a desinformação e assédio online estão se alastrando para o mundo corporativo. No ano passado, um relatório de ameaças do Google sugeriu que hackers russos estavam enviando mensagens de LinkedIn a funcionários do governo europeu com links maliciosos para explorar vulnerabilidades dos sistemas operacionais de seus computadores. Nas últimas eleições norte-americanas, o Washignton Post mostrou como a rede social focada em negócios tinha artigos e vídeos que disseminavam alegações de fraudes nos resultados das eleições.

Desde 2019, o LinkedIn divulga relatórios semestrais de suas práticas de moderação de conteúdo. A empresa vem, nos últimos anos, detalhando a remoção de contas falsas, anúncios de empregos de spam, assédio e até mesmo conteúdos de exploração infantil. 

Falta transparência e acesso aos pesquisadores 

O último relatório da empresa é do primeiro semestre de 2021. Os dados mostram que desinformação é o conteúdo mais removido da plataforma, seguido por informação abusiva ou de assédio. Durante o último período analisado,  os dados mostram que mais de 147 mil postagens foram deletadas. Esse número representa uma média de mais de 400 postagens deletadas por dia, o que é pouco dado o tamanho da plataforma. 

Apesar de estarmos nos aproximando do final do primeiro semestre de 2022, os dados do segundo semestre do ano anterior ainda não estão disponíveis. “Infelizmente, poucas plataformas ainda disponibilizam dados para pesquisadores checarem as informações e mostrarem potenciais falhas na moderação de conteúdo. O LinkedIn é bem fechado nesse sentido”, explica Wilson Ceron, pesquisador do Observatório de Mídias Digitais e Sociedade da Universidade Federal de São Paulo.

Como o Senado norte-americano observou, o LinkedIn ainda é “um alvo significativo para serviços de inteligência estrangeiros” porque seus usuários postam “dados pessoais e profissionais significativos em busca de oportunidades de networking”. Assim como houve desinformação nas eleições presidenciais dos Estados Unidos, a plataforma pode enfrentar os mesmos problemas no Brasil, acreditam pesquisadores. “É preciso adotar políticas claras de transparência, além desses relatórios”, defende Ceron. Em fevereiro, Twitter, TikTok, Facebook, WhatsApp, Google, Instagram, YouTube e Kwai assinaram acordos se comprometendo a combater a desinformação nas eleições brasileiras.  O LinkedIn foi uma das últimas a assinar um acordo com o Tribunal Superior Eleitoral (TSE). 

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