De 2020 a 2023 foram contabilizados 173 casos de ataques violentos da extrema direita argentina. O mapeamento foi feito pela ferramenta RADAR (Registro de Ataques da Direita Radicalizada Argentina), construída por pesquisadores e jornalistas argentinos como fonte de informação pública, colaborativa e em tempo real de atos de violência contra a democracia e para defesa dos direitos humanos.
O Radar localiza no mapa os ataques movidos por discurso de ódio e os divide entre: ataques a lugares e monumentos, assédio e intimidação e atentados contra a integridade física e a vida. Você pode ter acesso a detalhes com o registro do acontecido como, por exemplo, vandalismo praticando em murais por igualdade de gênero no bairro Ilhas Malvinas na cidade de La Rioja.
Dos 173 casos documentados, 85 foram contra personalidades políticas, 60 foram por negação e apologia à ditadura, 50 foram ataques misóginos, antifeminismo e anti LGBTQIAP+, 22 foram ataques nazistas antissemitistas e supremacistas e 16 foram por racismo e xenofobia.
Qualquer pessoa pode colaborar com o registro de um ataque de violência e isso não vai implicar em denúncia institucional ou identificação do denunciante. A ideia é contribuir para a pesquisa colaborativa.
A ferramenta foi desenvolvida pela Equipe de Investigação Política (EdiPo) da revista Crisis com o apoio do Centro de Estudos Jurídicos e Sociais (CELS).
Para o mapeamento, os autores consideraram direita radicalizada aqueles setores da extrema direita que direta ou indiretamente apelam à violência como método de ação política. “Não se trata de um qualificador orientado para o conteúdo das suas ideias, mas sim para as agressões e ataques perpetrados com o intuito de silenciar, intimidar, disciplinar ou aniquilar reivindicações de direitos individuais e/ou coletivos, incutindo medo e influenciando a discussão pública”, explicam os autores.