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jan 10, 2023 | Destaques, Notícias

Narrativas no Twitter:  invasão é “voz do povo”, mas vandalismo é dos “infiltrados petistas”  

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As narrativas no Twitter que sustentaram e motivaram a invasão do Congresso, STF e Palácio do Planalto, no último domingo (8) em Brasília, se concentraram em “voz do povo” e correlatos como “soberano é o povo”, além de “tomada do poder” e “golpe” contra o que a extrema direita avalia ter sido uma fraude nas urnas. A depredação do patrimônio público, no entanto, é atribuída a infiltrados da esquerda ou petistas.

O relatório de monitoramento destas narrativas no Twitter, nos dias 8 e 9 de janeiro, foi realizado pelos pesquisadores Luana Homma e Paulo Souza, do Observatório de Conflitos na Internet (UFABC).  O monitoramento recolheu 51.436 tuítes e confirmou também o uso do código “Festa da Selma” para convocar os golpistas a se dirigirem a Brasília na data. A hashtag “Selma” foi usada 26.572 vezes neste período da coleta.

As principais narrativas da extrema-direita sobre os ataques terroristas de domingo reproduzem o discurso de fraude nas urnas e manifestação a favor do povo brasileiro contra a tirania e a corrupção. Embora citem o ex-presidente Jair Bolsonaro, a narrativa principal é pela instauração de intervenção militar para garantir eleições justas. Nessa toada, chamam o STF, Lula e seus Ministros de golpistas, pedindo que “a voz do povo” seja ouvida e que seja declarada uma intervenção militar, pois “soberano é o povo”.

Apesar da transmissão ao vivo das invasões a partir de diversos perfis da extrema direita, ao longo do dia 8 e posteriormente, surgiram narrativas de que com os atos mais violentos de depredação do patrimônio público, “infiltrados da esquerda” ou “petistas infiltrados” estariam atuando junto dos “patriotas” naquele dia.

https://twitter.com/DanVitorPH/status/1612243289121619968

Expoentes da extrema-direita como o deputado Carmelo Neto, e o influencer Fred Rodrigues disseram tratar-se de um grupo minoritário. Também foram levantadas hipóteses de que os desordeiros eram “petistas infiltrados” que tentavam manchar a manifestação “pacífica e ordeira”.

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