O governo federal lançou, hoje (24/10) o Programa Saúde com Ciência, estratégia em defesa da vacinação e de combate à desinformação. A iniciativa é uma parceria do Ministério da Saúde com a Secretaria de Comunicação (Secom) da presidência. ” Todas as vacinas sofrem o impacto do negacionismo e da desinformação. Quando lançamos este ano a campanha de vacinação, as redes se encheram de fake news. Foi quando falei com o ministro Paulo Pimenta (Secom): precisamos pensar uma estratégia para mudar esta realidade”, afirmou a ministra da Saúde, Nísia Trindade, durante apresentação do programa.
Estatísticas do Ministério da Saúde apuraram 6.801 conteúdos desinformativos sobre saúde impactando 23, 3 milhões de usuários entre julho e setembro de 2023. A ministra também ressaltou as narrativas mais comuns, chamadas por ela de conteúdo criminoso, que afetam a vacinação:
1- Vacinas contra Covid-19 são experimentos e não têm comprovação científica.
2- Vacinas causam câncer, diabetes e outras doenças
3- Vacinas mudam o código genético
4- Após a aplicação da vacina a pessoa tem um chip no corpo
5- Número de mortos de Covid 19 foi falsificado para assustar e aplicar vacina
6- Teorias da conspiração sobre Bill Gates a partir da aplicação de vacinas
O programa terá um guarda-chuva maior “Saúde com Ciência” e prevê parceria com Ministério da Ciência e Tecnologia para combater o negacionismo científico, Advocacia Geral da União (AGU) e Ministério da Justiça. “Todos os ministérios estão participando deste esforço para retomar as coberturas vacinais e proteger nossas população”, afirmou Trindade.
A estratégia inicial será combater os efeitos danosos da desinformação vacinal sobre as campanhas de vacinação. Terá também um eixo de pesquisas, acompanhamento e análises sobre desinformação a respeito de políticas públicas. E a parceria com órgãos da Justiça visa investigar, responsabilizar e dar o correto encaminhamento para os que propagam notícias falsas.
O site Saúde com Ciência terá notícias, guias, informações da plataformas para o cidadão se informar. “Vamos unir nossos esforços contra a desinformação e fazer saúde com consciência”, finalizou Trindade.
O programa firmou parcerias com as principais plataformas digitais para facilitar a disseminação de informações confiáveis sobre vacina e saúde. “Estamos aqui para combater a fake news que mata. Que a gente possa levar essa iniciativa para outros foros internacionais como exemplo da organização do governo, com a sociedade civil e as plataformas dispostas a fazer uma ação concreta de combate a fake news e desinformação” , disse o ministro da Secom, Paulo Pimenta.
Negacionismo científico e o charlatanismo no Telegram
A ministra da Ciência e Tecnologia e Inovação, Luciana Santos. disse que a luta contra a desinformação é a luta ideológica mais sofisticada do nosso tempo. ” O que vimos no governo anterior foi a perseguição a pesquisadores e cientistas e sucateamento dos laboratórios de pesquisa”, afirmou. “O negacionismo científico mostrou sua pior face durante a pandemia. O cientista que provou a ineficácia da cloroquina teve uma premiação suspensa, que cuidamos de entregá-lo nos primeiros meses do governo”.
O ministro Jorge Messias, da AGU, informou que a instituição notificou o Telegram sobre desinformação vacinal, que se tornou um grande negócio no aplicativo. “Foram identificados 87 canais que enfrentam a política pública de vacinação, nesses canais são disseminadas informações falsas, além de promoverem charlatanismo. Outros casos estão em fase de análise e serão tratados com o rigor.”, revelou Messias.