O Instituto da Hora é uma organização em construção no Brasil e que tem como principal compromisso a equidade na tecnologia. Reconhecendo que o campo de IA e cibersegurança tem sido historicamente dominado por vozes predominantemente brancas, o Instituto trabalha incansavelmente para trazer à tona as perspectivas e soluções oferecidas por profissionais negros e indígenas na área tecnológica. A desconstrução das narrativas e soluções consagradas é necessário para abrir para um debate mais inclusivo e representativo no desenvolvimento e tomada de decisão.
A motivação para este trabalho surge da observação da falta de representatividade no debate sobre direitos digitais e tecnologia no Brasil. O Instituto acredita firmemente que as discussões, desafios e complexidades deste campo não devem ser monopolizados por um único grupo demográfico. Em vez disso, devem ser enriquecidos pelas diversas experiências e saberes de todas as comunidades, especialmente aquelas historicamente marginalizadas.
Para realizar esta visão, o Instituto da Hora emprega uma série de estratégias que se baseiam em pesquisas cientificas e análises, o que leva bastante tempo. Essas pesquisas desafiam as contranarrativas predominantes e são moldadas por uma abordagem multidisciplinar. Além disso, o Instituto se engaja ativamente em ativismo coletivo e campanhas de conscientização sobre questões tecnológicas, tanto em arenas nacionais quanto internacionais. Essa abordagem colaborativa e engajada garante que suas ideias e soluções sejam ouvidas em fóruns influentes de formulação de políticas.
A atuação do Instituto não se limita apenas ao cenário nacional. Este esforço descentralizado é essencial para entender as necessidades específicas de diferentes comunidades e para garantir que as soluções propostas sejam relevantes e eficazes. Uma parte significativa do trabalho do Instituto envolve a abertura da “caixa-preta” da tecnologia. Isso significa tornar a tecnologia aplicável e acessível, levando em conta as experiências e saberes dos territórios majoritariamente negros e indígenas. Acreditam que a emancipação tecnológica passa pela descentralização do conhecimento e pela garantia de igualdade de acesso a um mercado que, historicamente, tem sido exclusivo e opressivo.
O Instituto também se concentra em áreas de pesquisa específicas, como Governança da Internet, segurança digital e Justiça algorítmica. Esses campos são fundamentais para abordar os desafios específicos enfrentados pelas comunidades marginalizadas no acesso e uso da tecnologia. Em essência, o Instituto da Hora não apenas promove a inclusão e a equidade na tecnologia, mas também acredita que aqueles que historicamente sofreram mais violência e opressão devem liderar a busca por soluções, mitigação de danos e inovação na área. Seu trabalho é um passo vital para garantir que o futuro da tecnologia seja não apenas universalmente benéfico, mas também moldado por uma diversidade verdadeiramente representativa de vozes.