A Polícia Federal deflagrou uma operação ontem, dia 12 de setembro, contra desinformação nas eleições municipais do Rio de Janeiro. A organização criminosa atuava de uma forma mais analógica: disseminando informações falsas na rua.
De acordo com a Polícia Federal, a operação Teatro Invisível desarticulou um esquema que contratava pessoas para influenciar no processo eleitoral de diversos municípios. Os contratados infiltraram-se em lugares com uma alta circulação de pessoas – como ônibus, padarias, filas de bancos, bares e mercados – e difundiam alegações falsas sobre determinados candidatos à prefeitura.
Para realizar esse trabalho, os “atores” receberam cerca de R$ 2 mil reais por mês dos líderes da organização e os coordenadores receberam cerca de R$ 5 mil, além de serem contratados pela própria Prefeitura Municipal. O esquema foi aplicado no município de São João de Meriti/RJ e “exportado” para pelo menos outras dez cidades do RJ: Araruama, Belford Roxo, Cabo Frio, Carapebus, Guapimirim, Itaguaí, Itatiaia, Mangaratiba, Miguel Pereira, Paracambi, Paraty, e Saquarema.
A PF também investigou como se dava a “prestação de contas” dos contratados. Eles elaboravam relatórios diários que continham informações como o número de eleitores abordados, número de votantes em cada candidato e o total de eleitores convertidos para o beneficiário do esquema criminoso.
Ao todo, na operação desta quinta, quatro pessoas foram presas e 15 mandados de busca e apreensão foram cumpridos. Além disso, o juiz da 8ª Zona Eleitoral do Estado do Rio de Janeiro também determinou o bloqueio judicial de bens dos investigados, no valor total de R$ 1 milhão para cada investigado.